Quando falamos em assessoria de imprensa e comunicação, o que vem à sua cabeça? Oportunidades de aparecer na televisão? Dar entrevistas? Sair na mídia? Ter alguém para gerenciar a sua imagem Sim! Isso tudo Carolina Lara sabe fazer muito bem!
Todos esses termos estão relacionados ao trabalho de Assessoria de Imprensa. O que poucos sabem é que esse ramo do trabalho de Comunicação é feito de maneira espontânea, com aparições na mídia e com estratégias para cada cliente. O trabalho é feito normalmente por jornalistas ou relações públicas e consiste em oferecer pautas aos veículos de comunicação, que possuam interesse e que tragam um diferencial para o público-alvo envolvido. Esse trabalho envolve domínio da pauta, preparação do seu entrevistado/cliente e claro, habilidades sociais e bom relacionamento com jornalistas.
Existem muitas dúvidas sobre como funciona o trabalho de assessoria; então para a capa VAM CARRER convidamos a brasileira Carolina Lara, expert em comunicação para responder algumas perguntas frequentes, que podem ajudá-lo a entender melhor o serviço do assessor para contratá-lo de maneira assertiva. Vamos lá! Descubra e se inspire com a história de vida de Carolina.
VAM: Carolina, iniciamos a nossa conversa querendo saber como a comunicação entrou na sua vida? Vamos reviver! Na verdade, acredito que a comunicação sempre esteve presente na minha vida. Desde os tempos de escola já me destacava em redações e na disciplina de português. Sempre gostei de escrever porque acredito que seja a melhor forma de se comunicar e fazer o que você pensa chegar até o outro. De forma simples, objetiva e didática e que todos pudessem entender, independentemente da sua formação. Mas eu não sei por qual motivo, quando me formei decidi ir para a área de exatas e cursar engenharia da computação, porque segundo o meu pai, se eu fizesse jornalismo iria passar fome… desse jeito mesmo! Exatamente essa frase. As primeiras aulas foram torturantes e eu pensei que fossem melhorar. Que nada! So piorava. E foi quando eu decidi largar a faculdade e começar a trabalhar em uma revista em São Paulo chamada Automovel e Requinte ( eu morava em santos e descia e subia todos os dias ) e a noite tinha que encarar a faculdade, mas estava super feliz. Cansada, mas feliz.
Isso tudo duro dois anos, e depois eu passei a trabalhar na prefeitura municipal de São Vicente, na secretaria de imprensa. Foi ai que eu comecei a ter mais contato sobre como atuava uma assessoria de imprensa.. e era porrada o dia todo! Imagine ter que lidar com a mídia em cima de todos os acontecimentos que envolvem política e cidades, uma loucura. Mas definitivamente, foi a minha maior escola e devo muito tanto os meus chefes da época quanto aos meus professores.
Trabalhei também um tempinho, dois anos, em um jornal da cidade de São Vicente. Na sequência, voltei a trabalhar em SP, em uma agência de assessoria bem conhecida. Fiquei menos de um ano e depois comecei a trabalhar por conta própria! Ai, a Lara Comunicação já dava os seus primeiros passos, lá em 2006. Mas o trabalho e o estudo sempre estiveram lado a lado
VAM: Desde 2006 a sua empresa Carolina Lara Comunicação está posicionada no mercado nacional, em 2017 expandiu com clientes estado-unidenses, e recentemente em 2020 está em Portugal. Carolina, o que a sua empresa pode fazer por outras empresas? Sempre falo que o serviço de assessoria de imprensa tem como propósito fazer com que o cliente se torna referência no segmento em que ele atue, ocupando espaços editoriais nos veículos de comunicação. Isso é muito importante, porque quando você ocupa esses espaços está dando voz ao seu serviço, produto e principalmente a marca e trabalhar nessa frente colabora não só para o aumento da exposição daquela empresa ou profissional, como uma possível expansão. Porque é ocupando esses espaços, validados pela jornalista, que se constrói uma reputação frente ao seu público. Outro ponto importante: as startups também necessitam de um bom serviço de assessoria para se exporem perante aos seus investidores. E através dessa movimentação que esses investidores anjos ficam sabendo o que elas fazem, o que oferecem e que lugar ocupam para melhoria da sociedade. Mais do que qualquer instituição, essas em particular necessitam estar sempre presentes na mídia.
Além desse nicho, há os advogados, dentistas e médicos que não podem fazer uma propaganda direta para divulgarem os seus serviços e por isso necessitam da assessoria de imprensa para atingirem o seu público.
VAM: Carolina, qual a diferença do mercado brasileiro em relação ao de português? Muita. A assessoria de imprensa, nos moldes que conhecemos no caso a brasileira é única. Até porque o profissional de imprensa, aqui tanto o jornalista quanto o assessor, no brasil é único. Muito mais rápido, dinâmico, aberto, responde logo a qualquer e-mail ou notificação. Já os demais, isso tudo segundo a minha experiencia de dois anos em Portugal, é diferente. Eles são bem fechados ou eu ainda não soube quebrar essa barreira. Mas como te disse, isso é a minha visão e experiencia. No Brasil, os profissionais são mais rápidos e a já carregam uma dinâmica que tanto eu quanto a minha equipe estamos acostumados.
VAM: Com muitas experiências como pessoa física rsrs, Carolina, para você quais são os erros mais cometidos por empresas nas redes sociais? Dá para notar que, de uns tempos para cá, as empresas e pessoas físicas de forma geral tem dedica especial atenção quanto a geração de conteúdo e também das artes que escolhem para atualizar as redes. Mas eu acredito que os piores erros ainda são não apostar em vídeos ainda, não interagir (responder direct ou aos comentários) e não ter postagens constantes. A cadência de postagem é fundamental porque o algoritmo entende que tal perfil seja de fato relevante, passando a entregar aquele conteúdo a mais pessoas.
VAM: E como montar uma ótima estratégia de comunicação e assessoria? Escutar o cliente, esse é o primeiro passo e entender qual a necessidade dele. Em cima disto, estudar aquele mercado, quais assuntos referentes aqueles temas estão em alta e propor um cronograma de ações com temas pertinentes. O assessor precisa explicar também a dinâmica da assessoria de imprensa e como que o cliente também precisa estar disposto para anteder aos veículos. Lembrando que nem sempre ele vai ser requisitado para falar sobre o que a empresa faz ou o que o produto dele resolve, mas sim como ele pode contribuir para aquele tema, dentro da área que atua. Isso, em jornalismo, chamamos de prestação de serviço. Há quem decline de pedidos desse caráter, o que é uma pena porque nenhum resultado de assessoria, ou seja o clipping, deve ser desperdiçado porque é possível postar nas redes sociais, impulsionar e com isso também ganhar autoridade e visibilidade.
VAM: Poderia nos contar qual a média de clientes que a Comunicação atende no Globo? E em quais segmentos principais? Estamos com quase 40 clientes, e dos mais variados segmentos. Não focamos em um nicho específico. Mas claro, que com essa demanda, aumentamos também e a equipe que hoje fica em Miami, São Paulo, Santos, Foz do Iguaçu, Portugal e Madrid.
VAM: Qual o papel social do jornalista? Informar, e de forma neutra. Compartilhar a informação para que as pessoas saibam se defender, e por isso que os jornalistas escrevem e contam suas histórias para alertar, educar, entreter e explicar os fatos. E eles são fundamentais para o público em geral, porque com certeza sabem explicar como identificar uma fake News, e até mesmo como checar se aquela informação é verídica ou não. São literalmente o terror das tias de grupos de WhatsApp.
VAM: Diga-nos a sua análise sobre o clique à leitura de sites, revistas e portais, nas redes movidas por fotos e vídeos? Isso é uma tendencia, não tem jeito. Cada vez mais as pessoas baseiam suas leituras na manchete e imagem, que são estrategicamente pensadas para gerar likes, comentários e que muitas vezes , quando acessamos o link para ler na integra, não tem qualquer ligação com a chamada? E você nota o pessoal escrevendo comentários sem nexo algum? É uma pena que isso vem acontecendo, é a eterna caça ao like, engajamento e compartilhamento que alguns veículos buscam porque tudo infelizmente é reduzido a números. Quando uma marca quer anunciar, o que ela pede? As matérias investigativas ou entrevistas que aqueles jornalistas fizeram ou o mídia kit?? Que trazem números de exemplares, tiragem, seguidores, compartilhamentos, visualizações? Claro que o mídia kit.
Dúvida do leitor VAM- Uma pessoa física pode ter assessoria? E com qual propósito? Claro que pode. Todo mundo sempre tem algo para comunicar, se posicionar e além disso estar estrategicamente em alguns veículos em que sempre informam o nome completo e a formação, é muito importante. Pense na seguinte possibilidade, dois candidatos a uma vaga de emprego ou dois possíveis profissionais liberais. Sendo que um deles eu localizo artigos e entrevistas publicados, ou seja eu sei o que ele fala, faz e como se posiciona. Concorda que são fatores que irão me aproximar dessa pessoa? E que automaticamente me deixara mais interessado? Além disso, esses profissionais precisam cuidar da comunicação porque também representam a empresa ao qual exercem cargos específicos.
VAM: Carol, com tanta demanda de clientes e mais a vida pessoal. Como cuida da sua saúde mental? Olha… é uma pergunta difícil, (riso). Sinto que ainda tenho um pouco do reflexo da pandemia, todo o stress que o período trouxe principalmente para quem tem empresa E para a loucura ser ainda mais deliciosa, foi a época que eu, meus filhos, marido, gato, cachorro e mais 28 malas atravessaram o oceano e chegaram a Lisboa. Estamos por aqui há quase três anos, e desde lá cada dia é uma vitória, com um desafio superado. Mas eu tento ir a academia, passear, faço terapia e curto muito o marido quando posso, afinal senão fosse por ele, nada disso seria possível. Alexandre esteve comigo em todas as etapas, desde quando eu nao tinha como passar a faculdade até hoje, vivendo de forma deliciosa na Europa. Se trabalhamos de forma insana? Não tenha dúvida! Mas cada gotinha de suor vale apena, afinal estamos construindo um patrimônio e inovando na forma como se faz assessoria de imprensa.
VAM: Moda também é comunicação, qual o seu estilo? Eu acho que comunicação é muito mais do que moda, é uma necessidade do ser humano que inclusive passa a ser manifestado no ato do nascimento. Quando choramos, estamos comunicando, ao rir, gesticular, apontar.. tudo é comunicação e quanto mais simples, objetiva e direta ocorrer, mais eficaz, mais você vai sair de si mesmo e chegar até o outro. Claro que essa chegada nem sempre é bem entendida, vem com uma mensagem truncada, mas chega. Posso dizer que o meu estilo é sem simples, não simplório, mas gosto da simplicidade, de um texto bem feito e completo daqueles que o leitor lê rápido e entende e não precisa voltar a cada paragrafo para tentar compreender o que o emissor quer dizer.
VAM: Para finalizar o nosso encontro, na sua adolescência imaginou chegar aonde chegou? E qual o seu sonho profissional, Carolina? Nem de perto! Eu sempre sonhei em trabalhar em revistas de moda, e até mesmo no grupo Abril. Lembro que toda a vez que eu ia a São Paulo e passava pela ponte, próximo ao prédio, olhava e ficava sonhando com aquilo..e o quanto seria o máximo trabalhar naquele lugar. Mas a minha vida toda sempre foi assim, eu pensava e desejava algo e vinha algo e me jogava para um caminho totalmente diferente mas mil vezes maior e melhor. Na faculdade, nunca em meus melhores planos eu pensava que pudesse gerenciar uma agência de comunicação. Morar em outro país então, se você me falasse isso há cinco anos eu iria dar risada, e hoje já estou em terras lusitanas há dois anos quase três. Logo, estaremos com clientes em Madrid. Aguardem!
Commentaires