Ana Ferrari, diretora criativa da ANK, artista e escultora, tem explorado os cinco continentes, procurando e colecionando metais únicos, gemas, histórias, culturas e significados.
Ao longo de sua jornada, criou esculturas conceituais de caixas para guardar lembranças, cada uma contendo itens de sua história, agregando valor e novas percepções a sua arte. Ana cria esculturas para representar simbologias vividas em suas experiências físicas e espirituais.
A artista acredita que todo trabalho ressalta o valor do singular, a beleza do processo e daquilo que nos foi dado pela natureza. Por isso, Ana Ferrari traz em suas criações a responsabilidade de traduzir respeitosamente as tradições étnicas e simbologias de outras culturas.
Este ano, a artista irá expor sua escultura denominada 'Wind' na 59ª Bienal de Arte de Veneza, que ocorrerá entre os dias 23 de abril e 27 de novembro de 2022.
A escultura foi desenvolvida a partir de sua residência artística na ´Cidade das Artes´ Azulik - Tulum, no México. A obra traduz o significado do vento: "O vento está em sintonia com o espírito invisível, que dá vida à própria vida. Ao entrar no ouvido, o vento produz movimentos em espiral, espalhando-se por todo o corpo em suas inúmeras passagens. Ouvir é o significado básico para comunicar nossa verdade mais íntima." Wind, é uma coleção para homenagear todas as espiritualidades que revelam-se na espiral do vento.
A escultura é o ponto de partida da nova coleção da ANK; coleção que terá uma special collection assinada com Roth, CEO do Azulik, chamada "Echo".
Roth, reconhecido mundialmente como um dos perfis criativos mais inovadores em design, é um arquiteto autodidata, ecologista, filantropo, criativo e empreendedor, nascido na Argentina e residente no México. "Meu objetivo é construir caminhos para reconectar os seres consigo mesmos, com os outros e com a natureza através de cada iniciativa.", diz Roth sobre seu trabalho.
A arte de Ana e Roth se conecta de forma natural; os dois artistas prezam pela energia da natureza e, por isso, o desenvolvimento da coleção em conjunto surgiu de maneira orgânica. A coleção exclusiva conta com três jóias-esculturas que serão numeradas e customizadas para quem adquiri-las; somente cinco de cada serão feitas.
A coleção terá seu lançamento com curadoria de Marcello Dantas no Museo Sfer Ik, em Tulum; reconhecido como um dos destinos culturais mais relevantes da América Latina e como um dos cem melhores lugares para visitar no mundo, segundo a revista TIME. Leia a seguir a entrevista completa:
VAM: Ana Ferrari, quem inspira a sua arte e criação? Conte um pouco sobre o seu processo criativo:
Eu sou uma alma muito curiosa e isso é o meu maior propulsor como artista. Todas as minhas inspirações nascem através de experiencias e vivências que me proponho constantemente a viver, quando, com muita coragem, saio da minha zona de conforto e engrandeço minha tragetoria como ser humano.
VAM: Ana Ferrari é sucesso internacional. “Wind” é a sua escultura, e a partir também dela está na 59a Bienal de Arte de Veneza, nela você traduz o significado do vento. Porque escolheu o vento para a sua criação? E quais as expectativas para a Bienal?
As minhas obras são resultado de experiencias e descobertas que expresso de forma simbólica em esculturas e joias.
O vento tem uma simbologia muito forte, principalmente na cultura maia que estou vivenciando a um ano no México, eles o conectam ao espírito invisível que nos guia, sussurrando os nossos destinos, para aqueles que tem a sensibilidade de lo escutar.
Para mim é uma honra exibir uma obra na Biennal e poder contar ao mundo um pouco da minha visão e processo creativo. A possibilidade de tocar uma única alma com a minha mensagem, faz tudo ganhar sentido.
VAM: Como foi a sua residência artística na ́Cidade das Artes ́ Azulik - Tulum, no México. Conte um momento bonito que vivenciou lá:
Eu amo os processos. Viver os processos é algo enormemente transformador. A experiência proposta na ‘cidade das artes’ é de estar em um lugar que pulsa criatividade de forma multidisciplinar e organizacional. Estão se redescobrindo e desenvolvendo, diariamente, uma nova forma de colaborar disciplinas e técnicas em prol de projetos conscientes e sustentáveis. Tenho momentos diários de crescimento como artista e pessoa.
VAM: Roth, reconhecido mundialmente como um dos perfis criativos mais inovadores em design, o que você aprende com esse grande autodidata que assina a nova coleção da ANK?
Roth é um gênio que trás em si um forte propósito de evolução.
O que torna seus projetos únicos é que ele se move por amor e cria desde o coração. Sua maior proposta é reconectar as pessoas consigo mesmas através de experiencias e espaços que honram a natureza.
O que o faz ser tão gigante, é a sua sensível e humilde abertura para com o mundo, trazendo questões atuais de sustentabilidade e ganho de consciência em suas criações, que são extensões dele mesmo.
Sintonizo e aprendo diariamente com ele.
VAM: Entretenimento para você é? E como percebe hoje o incentivo à arte e cultura no Brasil!
O Brasil tem um potencial enorme. A alegria e positividade da cultura brasileira, faz tudo possível. Eu acredito que diferente de algumas culturas que trás a arte na sua história, o Brasil tem a mágica de deixar a arte disponível no presente, vibrando nas pessoas e na natureza, entregando experiências artísticas e culturais em cada novo ciclo, rua, comida, música.
Eu sou completamente apaixonada pelo nosso país e a disponibilidade de possibilidades que ele carrega.
VAM: Quais os objetivos para 2022 como pessoa física e jurídica, Ana?
O objetivo é sempre de crescimento pessoal que reflete no jurídico, formando um ciclo continuo e infinito.
VAM: Para finalizar, o que diria para Ana de 10 anos atrás e quais os seus sonhos?
Diría para ser generosa consigo mesma, que a beleza está na caminhada e na descoberta diária, que sempre há o que aprender, que o outro sempre é um espelho, trazendo uma oportunidade de desenvolvimento pessoal, que é o fundamento da vida.
A única certeza que temos, é da mudança. Sonho que essa transformação seja amorosa, paciente e principalmente junto, pois só é bom para um, quando é bom para muitos. Sonho conseguir através das minhas obras passar mensagens de perguntas profundas que me faço constantemente, e que através da minha sensibilidade e forma simples de ver o mundo, eu possa tocar e sintonizar com mais pessoas e projetos.
Fotos : Divulgação/ Santiago Baravelle
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