Rapha Dantas: A super aposta da Música Brasileira

Com um novo DVD em gravação em novembro, Rapha Dantas pode ser o único sertanejo a marcar presença no MTV Miaw deste ano

Entrevista por Antonnio Italiano - Colaboração Verônica Machado

Sua trajetória inspiradora e o apoio incondicional da família o impulsionam a se conectar cada vez mais com os fãs, prometendo um projeto que será um marco na música brasileira.

Rapha Dantas é um cantor sertanejo em ascensão, natural de Santos, São Paulo. Desde muito jovem, mostrou um talento notável para a música, iniciando sua trajetória no segmento gospel, onde se apresentou em igrejas e eventos locais. Essa experiência inicial o ajudou a desenvolver suas habilidades vocais e a paixão pela performance ao vivo.

Murilo Huff e Rapha Dantas

Em 2019, Rapha decidiu seguir seu verdadeiro chamado, optando por uma carreira solo no sertanejo. Desde então, ele lançou várias músicas que encantaram o público, como “Tira Essa Boca da Minha Frente”, um feat. com o próprio autor da música, Murilo Huff, uma das canções que integram o DVD Rapha Dantas Ao Vivo, que apresenta uma produção de alta qualidade e participações especiais, além do próprio Huff.

Sua participação no PROGRAMA CANTA COMIGO 2023 (RECORD TV) foi um ponto de virada em sua carreira, onde ele conquistou a aprovação de 99 dos 100 jurados, com uma interpretação emocionante da música “Você Mudou”, do saudoso cantor Cristiano Araújo. Essa performance não apenas lhe rendeu reconhecimento instantâneo, mas também ampliou sua base de fãs e atraiu a atenção da mídia.

Rapha Dantas é um artista versátil que se destaca pela capacidade de conectar-se emocionalmente com o público por meio de sua forma de cantar sincera, emotiva e cativante. Atualmente, vem trabalhando em novos projetos e composições, sempre buscando inovar e levar sua música a um público cada vez maior.

Determinado e talentoso, ele vem se consolidando no mercado fonográfico e já é considerado uma das grandes promessas do sertanejo contemporâneo.

A VAM MAGAZINE teve o imenso prazer de entrevistá-lo.

COM VOCÊS, para quem ainda não conhece, O FENÔMENO RAPHA DANTAS!

1. Você mencionou que começou a perceber sua inclinação pela música aos dois anos de idade. Como foi esse momento inicial, como foi essa descoberta para o pequeno Rapha… e como isso moldou sua paixão pela arte de cantar até os dias de hoje?

R.D.

Descobri meu talento para cantar muito cedo. Minha mãe, que era mãe solo, para poder trabalhar, nos deixava (eu e meus irmãos) em uma creche. Nessa creche, aconteciam muitos eventos artísticos; foi lá que descobri que gostava de cantar e que gostei da minha “voz”.

Me recordo que, aos 2 anos de idade, eu já me destacava cantando (as pessoas me falavam que eu cantava bem). Cada professora, que chamávamos carinhosamente de “tias”, tinha uma música preferida… eu prestei atenção a isso, aprendi as músicas e, cada vez que uma delas falava: “Canta uma música para nós”, eu já sabia qual era a preferida de cada uma delas e cantava.

Houve um evento em homenagem ao Dia das Mães, e a diretora da creche me convidou para cantar e sugeriu que fosse a música “Como é Grande Meu Amor Por Você”, um clássico do Rei Roberto Carlos. Foi a primeira música que treinei com afinco para cantar, porque seria minha primeira apresentação em público.

Me lembro com muito carinho desse momento, porque minha mãe me ajudou… ela me ensinou a melodia e a letra da música, me ajudou no treino para essa apresentação. Foi um momento único e mágico! E, aos 2 anos de idade, tive certeza de que meu destino era cantar. Quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, eu imediatamente já respondia com convicção: CANTOR.

2. Além de Chitãozinho & Xororó, Edson & Hudson… quais outros artistas do meio sertanejo tiveram impactos significativos na sua carreira? E de qual forma eles te inspiraram e inspiram até hoje?

R.D.

Na verdade, eu tenho muitas referências no sertanejo e fora dele… eu escuto todos os estilos musicais. É importante para nós, como artistas, como cantores, expandirmos nossas fontes de conhecimento musical e aumentar nossa gama artística.

Além dos cantores citados na pergunta (aos quais admiro muito), minha maior referência é o nosso saudoso Cristiano Araújo. Para mim, ele era um artista que cantava com a alma, com uma força que vinha de dentro, entende? Ele demonstrava toda emoção ao cantar, era visceral, e sua técnica e a região vocal que ele cantava se assemelham muito à minha. Além de admirá-lo como artista, também aprendi muito com sua técnica. Cristiano é um artista que sempre levarei comigo. Tenho muito carinho por ele e por suas músicas.

3. Em sua participação no Canta Comigo 2023, você passou por um grande desafio: voltar a cantar em um programa de grande audiência na TV aberta, em frente a um júri composto por 100 pessoas, que estavam ali para avaliar seu desempenho… tudo isso após alta médica de uma lesão grave na corda vocal. Você poderia nos explicar melhor o que aconteceu com sua voz e como isso impactou sua carreira e sua vida pessoal? Como foi o processo de recuperação e o que você faz para manter essa voz tão potente e tão elogiada?

R.D.

No ano de 2021, comecei a apresentar um quadro de rouquidão persistente. Junto com minha otorrino, começamos a investigar o motivo daquela rouquidão e descobrimos que eu estava com uma paresia vocal, que ocorre quando uma das cordas vocais não se movimenta corretamente, criando um espaço entre elas e ocasionando uma falta de força, tanto para falar quanto para cantar.

Por conta desse diagnóstico, precisei cancelar shows e entrevistas para rádios marcados para a divulgação da música que havia gravado na época, chamada “Ei, Coração”. Toda a equipe já estava preparada para pôr “o pé na estrada”… e, infelizmente, tudo teve que ser adiado porque eu não tinha mais minha “matéria-prima”, não tinha mais a minha voz.

Tive que ter, além de muita força de vontade, fé; e foi essa fé que me segurou, que não me deixou desistir, que me ajudou a controlar minhas emoções, para que eu não me desmotivasse e abandonasse por completo meu sonho… e acho que hoje não estaria aqui, dando essa entrevista para vocês e nem conquistando o que venho conquistando em minha carreira.

Durante o processo de recuperação, contei com uma equipe de voz composta por profissionais muito competentes, que me ajudaram a atravessar e vencer essa fase difícil: minha otorrino de longa data, Drª. Claudia Izzo; Cauê Ferreira, que é meu preparador vocal e, através dele, conheci minha fonoaudióloga, que se tornou minha amiga pessoal, Verônica Machado. A “Fona” (apelido carinhoso que deram para ela há anos atrás) fez todo um trabalho de recuperação da minha musculatura vocal e também me incentivou, sempre me “colocando para cima”, me dizendo frases de apoio: “…vai dar certo!”; “vamos insistir, faz os exercícios”… até que, graças a Deus, minha voz respondeu aos estímulos terapêuticos e conseguimos recuperá-la 100%.

Foi um momento muito difícil na minha vida, porque minha voz é uma espécie de altar para mim, entende? Minha voz me ajuda a realizar minha missão de vida… é com ela que me expresso, que me comunico; portanto, perdê-la ou correr o risco de perdê-la me tirou o chão. Foi nessa hora mais difícil que minha família e meus amigos fizeram toda a diferença!

Para manter minha voz sempre potente e minha saúde vocal, continuo indo periodicamente à minha otorrino, mantenho minhas aulas de canto e minhas sessões de fono, porque todo profissional que trabalha com voz tem que ter esse tipo de disciplina. E eu faço praticamente uma maratona vocal de domingo a domingo.

4. Com o crescimento da sua popularidade, especialmente no TikTok, como você está lidando com a visibilidade e o sucesso? Como você administra sua rotina com a vida pessoal, como mantém a saúde e os cuidados corporais e vocais? Como é um dia típico na vida de Rapha Dantas?

R.D.

O TikTok apareceu na minha vida como uma grande oportunidade para alavancar minha carreira e, com certeza, eu me sinto lisonjeado por fazer parte. Na plataforma, sou agenciado pela Eme Company (uma assessoria para criadores de conteúdo, parceira do TikTok). Eles que me convidaram para fazer parte da plataforma e têm me dado suporte para que eu tenha ascensão dentro dela.

Através do TikTok, ganhei mais visibilidade e, consequentemente, meu número de fãs aumentou. A plataforma me proporcionou e me proporciona coisas que eu nunca pensei em ter na minha vida, entre elas: audiência e atenção do público, o que tem sido um divisor de águas tanto em minha carreira quanto em minha vida pessoal. Faço lives desde março de 2024, de segunda a sexta, geralmente ao meio-dia.

Estou muito feliz com a oportunidade que a plataforma me deu de conquistar meu espaço, um espaço onde todos desejam brilhar.

5. Se você pudesse escolher qualquer artista para uma colaboração hoje, quem seria? E por quê?

R.D.

Roberto Carlos.

Porque, para mim, ele é o maior poeta vivo do Brasil. E como já disse anteriormente, foi dele a primeira música que cantei em público. Desde então, eu nutro o sonho de um dia poder cantar com ele a música “Como é Grande Meu Amor Por Você”. Mas se ele quiser me convidar para cantar qualquer outra música, eu estou aqui, viu? (risos)

Se um dia eu vier a realizar esse sonho, acho que será um dos ápices da minha carreira. Vou poder dizer: “Zerei a vida!”

E, além disso, minha mãe é uma grande fã do Roberto. Quem não é fã dele, não é? Eu o considero um professor. Suas músicas e a forma como ele as interpreta transpassam nossa alma e atingem nosso coração. Acho incrível! Ele também é, para mim, uma inspiração.

6. O Programa Canta Comigo marcou seu retorno após o tratamento das cordas vocais. Como você se sentiu ao voltar e o que aprendeu sobre si mesmo durante todo esse processo? Qual foi o feedback do público e o impacto dessa visibilidade na sua carreira?

R.D.

A participação no Programa Canta Comigo foi uma virada de chave na minha carreira, porque tive a oportunidade de estar em uma das maiores emissoras da TV aberta do Brasil, sendo visto pelo país inteiro (o sonho de qualquer artista que está começando), e, por causa dessa participação, meu número de seguidores nas redes sociais aumentou.

O programa me trouxe visibilidade e muitas oportunidades. Eu colho os frutos dessa participação até hoje. Sou grato pela oportunidade ímpar em minha vida!

O que eu aprendi sobre mim mesmo: que eu tenho força para superar desafios; que, por mais difícil emocionalmente que seja a situação, se eu mantiver o foco e a disciplina, podendo contar com o apoio incondicional da minha família, dos meus amigos e fãs, consigo superar qualquer adversidade e dar a volta por cima.

7. Conta pra gente sobre seu novo trabalho, lançado recentemente, após um hiato de três anos. Qual o conceito por trás da música “Saudade Arregaça” e como foi o processo de criação do clipe?

R.D.

Pois é, eu fiquei três anos sem conseguir lançar material inédito devido a uma série de questões… mas não deixei de trabalhar. Continuei fazendo shows, participando de programas na internet e dando entrevistas para rádios. Mantive a garra para fazer minha carreira dar certo. E, neste ano de 2024, mais precisamente no dia 13 de setembro, lancei o single de “Saudade Arregaça”, que era uma música que estava guardada há algum tempo.

Como já estava tudo produzido, inclusive o clipe — que foi lançado recentemente, no dia 01/10 (disponível no YouTube) — resolvi que era a hora certa para o lançamento.

“Saudade Arregaça” é uma música emotiva; ela fala de assuntos relacionados ao coração e sobre ausências… e eu espero poder tocar a todos que a ouvirem.

Ela marca meu retorno às plataformas digitais e inaugura esse novo momento da minha carreira.

Recado para meus fãs: já podem começar a comemorar, porque pretendo não parar mais de lançar novidades para vocês. Aguardem!

Quanto ao clipe da música: foi uma ideia minha aproveitar o estúdio em que estávamos gravando como cenário para o clipe, já que o investimento estava curto.

Pensei em aproveitar o momento, captando imagens dos bastidores, mostrando como ocorre o processo de gravação de uma música da maneira mais natural possível. E deu certo, porque meus fãs acabaram se conectando com a ideia e venho recebendo retornos bem positivos e depoimentos emocionados sobre o clipe.

8. Rapha, como tem sido a receptividade dos fãs com o novo single, principalmente depois desse hiato em sua carreira? Sabemos que há uma trend no TikTok, onde os fãs gravam suas próprias versões da música. Como está sendo essa interação com o público?

R.D.

Meus fãs sempre pediam para que eu lançasse novas músicas, um material meu, porque eu também interpreto músicas de vários outros artistas.

Porém, uma coisa é você cantar músicas que fizeram sucesso na voz de outros intérpretes; outra coisa é cantar uma música que você produziu, onde você colocou sua alma e seu coração, uma música de sua autoria… isso sim é uma real e pessoal conexão na relação artista-fã.

A receptividade dos meus fãs com a nova música está sendo muito incrível e positiva. Eles estão muito empolgados e a trend está sendo um sucesso à parte.

Recebo vídeos de fãs cantando, fazendo lip sync, e todos bem divertidos! Os próprios fãs estão divulgando massivamente e estou maravilhado com tudo isso. Estou achando lindo!

Me sinto muito abençoado por poder estar vivendo esse revival na minha carreira, recebendo todo esse carinho e feedbacks positivos sobre o single e o clipe.

9. Ao longo da sua carreira, como você lidou e lida com os desafios e as pressões da indústria fonográfica brasileira? Tem algum conselho que gostaria de compartilhar com artistas iniciantes sobre como enfrentar essas dificuldades?

R.D.

Em relação à pressão da indústria musical, meu pensamento é muito pragmático: precisamos dela para consolidarmos nossas carreiras. Então, acredito na máxima: deixar o rio fluir para a embarcação poder seguir seu rumo.

Eu escolho viver sempre cada fase da minha vida, inclusive os momentos de pressão — não apenas nessa indústria, mas em toda nossa vida — levemente, sem me martirizar e me cobrar com tanta veemência por coisas das quais eu não tenho controle, que independem de mim. Eu lido com isso da forma mais natural possível, tranquilamente e com consciência no aqui e agora.

Um conselho para quem está começando? Bem, meu conselho para quem tem o sonho de ter uma carreira como cantor sertanejo é o mesmo que eu me dou sempre e que, para mim, funciona muito: acredite no seu potencial, pois ninguém é igual a ninguém. Portanto, não se compare! Deposite toda sua força nas suas virtudes e siga em frente, sendo verdadeiro com você e com seu público, porque quanto mais verdadeiro você for, maior a identificação e conexão com os fãs… e o principal: escute mais e fale menos (pelo menos no começo), porque isso é muito importante para que você adquira maturidade.

10. Para quem não sabe, além de fazer sucesso nas redes sociais, Rapha também está fazendo shows com lotação esgotada aos finais de semana. Como está sendo administrar a agenda entre as lives e a crescente demanda pelos shows presenciais?

R.D.

Olha, está sendo uma loucura! (risos) Às vezes, as agendas se chocam. Mas, graças ao suporte das equipes, tanto da minha equipe para shows quanto da assessoria do TikTok (que é uma agência incrível!), tenho conseguido conciliar da melhor maneira possível os shows presenciais e as lives da plataforma. De vez em quando, temos que fazer algumas alterações e adaptações, mas nada que eles não resolvam maravilhosamente bem.

Às vezes, sobra até tempo para assistir aos jogos do meu time de coração, que é o Palmeiras. (risos)

12. Quais são seus próximos projetos? Já tem algo engatilhado? Pode nos dar um spoiler?

R.D.

A gravação do meu novo DVD. Mas para saber mais, fique de olho nas minhas redes sociais! Muitas surpresas!

13. Você veio de origem humilde, confere? Você poderia nos contar qual peso teve/tem o apoio de sua família em sua carreira? E conta para a gente sua história de vitória.

R.D.

Cresci na periferia. Até meus 12 anos de idade, morávamos em uma favela localizada na zona noroeste de SP, em Santos. Minha família batalhou e ainda batalha muito! Minha mãe é uma nordestina guerreira que nos criou (eu e meus irmãos), sozinha, com poucos recursos financeiros. O sonho de ser um grande artista já latejava em mim desde pequeno, porém, demandava dinheiro. Para realizar meu sonho, todos se juntaram e me ajudaram financeiramente, como puderam, para que eu viesse morar em São Paulo e começasse a batalhar pelo que queria. O apoio da minha família foi fundamental. Eu não seria quem sou hoje se não tivesse esse apoio emocional e incondicional que recebo dos meus familiares. Meus pais, meus irmãos, minhas tias sempre me apoiaram e me incentivaram; sempre me impulsionaram para que eu realizasse meu sonho. Não há dinheiro no mundo que compre isso!

Ainda estou escrevendo no livro da vida minha história de vitória, mas, graças a Deus, tive a sorte de conhecer e estar conhecendo ao longo dos meus 34 anos pessoas maravilhosas que me apoiam e me ajudam, investindo em minha carreira para que eu realize esse sonho. E estou chegando cada vez mais perto dessa realização!

14. Se você pudesse ter uma conversa com o Raphael criança, o que ele diria ao Rapha Dantas adulto? E o que o Rapha Dantas adulto diria para o Raphael criança?

R.D.

Me emocionei com essa pergunta. Acho que minha criança de 10 anos diria ao Rapha de 34 anos para eu nunca perder a capacidade de me divertir… porque a música sempre foi, também, uma diversão para mim e eu fui uma criança que viveu a infância intensamente, sempre queria me divertir. Então, provavelmente, o meu eu criança me diria para não ser tão adulto o tempo todo, para não me tornar alguém extremamente sério, para não levar as coisas com tanta seriedade a ponto de não mais conseguir me divertir trabalhando. E eu sou assim: minha música é muito importante para mim, mas eu não deixo que o trabalho se torne algo maçante, algo que não me diverte. E o Rapha adulto diria ao pequeno Raphael para confiar em si mesmo e não se preocupar, pois a fé em Deus que ele aprendeu a ter desde muito cedo irá levá-lo para lugares que ele ainda nem teve tempo de sonhar!

Siga Rapha Dantas nas redes sociais!

Instagram & TikTok: @raphadantasoficial