O jovem que iniciou a sua vida na arte de fotografar em 2012, recentemente teve a sua foto estampada na capa da L’officiel Brasil para a edição #101. Além de ser meu amigo e ter fotografado para a VAM Magazine, convidei-o para uma entrevista leve, produtiva, e super especial. Vem conhecer Muraca, e toda a sutileza do seu "clicar"!
ENTREVISTA
Muraca, queremos começar a entrevista descobrindo quais são os seus sonhos como fotógrafo? Acredito que estou no melhor momento da minha carreira. Estou em ascensão, alcançando meus objetivos, traçando metas. Uma grande parte dos meus projetos exigem planejamento e dedicação, outros são frutos de todo esforço.
Já que uma das principais revistas do Brasil como L’officiel já estampam seu olhar. Quem sonha em fotografar? - A L'officiel me deu oportunidade de assinar a minha primeira capa em Dezembro. Em fevereiro assinei a segunda e em abril a terceira. Tenho algumas personalidades de quem "sonho" produzir, mas eu posso dizer alguns projetos que já executei e me sinto realizado com o resultado; Dior Beauty Edição #101 na L'officiel Brasil, Geová Rodrigues Edição Book Cat Magazine, entre outros projetos que já foram produzidos e ainda estão no processo de lançamento. Se eu puder escolher uma artista pop, seria a cantora latina Rosalía. Adoro a estética dela, gosto dos traços e da entrega dela.
Como tudo começou? Quanto custou investir na carreira? Iniciei minha carreira em 2012, sendo fotógrafo de eventos na minha cidade natal, Jaboticabal, interior de São Paulo. A partir daí iniciei meus projetos autorais experimentais, onde testava técnicas seguindo a moda atual. Conforme o tempo fui progredindo e trazendo excelência na entrega. Ser fotógrafo no Brasil precisa investir dobrado. Todos equipamentos são importados e no início somos valorizados de acordo com nossa entrega e reconhecimento.
Como profissional do segmento, como percebe a nossa moda nacional? A moda nacional sempre teve uma potência exuberante com grandes estilistas. O que me orgulha ver a nova geração trazendo tendências com base em culturas locais, a maioria delas periféricas, cuidado com o meio ambiente, identidade de gênero e afins. Estamos em ascensão e precisamos dar visibilidade para estes artistas independentes ocuparem espaços valiosos no mercado.
Artistas ou modelos estão sempre em alta, mas qual seu mood e estilo preferido? Busco compartilhar da minha arte com pessoas que acreditam nela tanto quanto acredito. Adoro artistas pela troca na liberdade criativa e gosto de modelos pela entrega fashion e comercial que construímos dentro de cada proposta.Meu estilo preferido é arte. Respiro arte, diariamente tenho exercícios de análise sobre uma determinada imagem tentando extrair a mensagem que ela transmite. E minha visão comercial voltado para a publicidade também tem traços que valorizam o produto final.
Lá fora no mercado internacional, quem inspira você? - O mercado internacional está cheio de profissionais incríveis como; Annie Leibovitz pela magia em cada obra criada, Mario Testino com seu olhar excêntrico do Rio de Janeiro. Porém, meu favorito inspirador é Rafael Pavarotti, pela sua trajetória, aonde ele está chegando e quem ele alcançou.
Auto análise: Olhando para dentro de você, porque as equipes contratam você e não outros fotógrafos? Minha perspectiva como fotógrafo muda constantemente devido à vivência diária no mercado. Existem marcas e perfis que se identificam com minha estética e olhar diante de um determinado projeto. Sou um profissional que faço questão de participar do processo criativo, construção da imagem, entender a linguagem que a equipe de criativos deseja alcançar é de suma importância. Atualmente ouço dos meus clientes e parceiros, que minha imagem transmite elegância e sofisticação, que conduzo um set de forma profissional e atendo as expectativas do briefing. Considero um dos objetivos alcançados.
Qual a sua dica Ouro para quem está começando? Não subestime o poder da sua constância e dos pequenos avanços diários. Seis meses de foco total podem te fazer avançar cinco anos na vida.
Para finalizar, como analisa o futuro de revistas aqui no nosso país? Mesmo que tenhamos a tecnologia diariamente na palma das mãos, defendo o fato das revistas serem necessárias! As mídias offline perderam força nos ultimos anos por conta da era digital. Porém, existem colecionadores assíduos de edições.
As revistas, livros físicos são tão importante quanto os conteúdos online, a diferença é que com a mídia impressa, podemos abri-la hoje e ter uma perspectiva, como daqui alguns anos folhear e ver aquele conteúdo de outra forma. É um exercício para o desenvolvimento do cérebro. Tenho o livro chamado "Moda É F#D@" do nosso icônico editor de moda brasileiro Paulo Martinez há mais de seis anos, toda semana abro uma pagina e desfruto das obras registradas nele. Analiso estética, linguagem e arte com uma sensibilidade incondicional. Confesso que ainda não concluí o conteúdo deste livro.
Site: https://muraca.art/
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