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Exclusiva: Weider Silveiro fala sobre a Arte da Moda no Brasil, raízes e representação social

Weider representa as minorias nas passarelas há alguns anos, quando muitas marcas na indústria da moda despertaram para estes temas há pouco tempo.


Entrevista, Bárbara do Prado Barbosa Pereira

Editor Chefe, Antonnio Italiano

Fotos, Ale Gustavo


Nesta edição, a VAM Magazine se encontra com o estilista Weider Silveiro para conversar sobre as suas raízes, inspirações e representatividade entre pessoas pretas, nordestinas e LGBTQIA+. Comentamos também sobre sua superestreia na São Paulo Fashion Week deste ano e os anos de muito aprendizado vividos na Casa de Criadores. O estilista nos encontrou em um charmoso café na Casa das Rosas, casarão dedicado a diversas manifestações culturais localizado na avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Um lindo lugar para se inspirar.



O criativo Weider é piauiense, de uma família tradicional, daquelas onde o pai não aceita que o filho seja estilista. Pelo menos não aceitava, porque isso já não é uma realidade para ele. Em outra oportunidade seu pai já lhe disse o quão orgulhoso estava de sua trajetória na moda.



O estilista sempre soube que no futuro trabalharia com moda, e com a avó materna sendo costureira, esta veia criativa pôde ficar ainda mais aguçada. No Piauí não havia faculdade de moda, por isto Weider foi para Fortaleza para cursar moda na Universidade Federal do Ceará. Alguns anos se passaram e o criativo estilista aterrissa em terras paulistanas para não sair mais da cidade.


Assista:


Ter uma marca autoral não é fácil, mas Weider começou sua carreira trabalhando com outros estilistas de renome até abrir sua própria marca homônima. Esteve por 15 anos na Casa de Criadores, evento que reúne a moda autoral brasileira e lança novos talentos. É um dos idealizadores da Célula Preta, uma frente de ação organizada por estilistas pretos da Casa de Criadores para dar equidade e as mesmas oportunidades aos pretos que são dadas aos brancos.


Este ano foi o primeiro fora da Casa de Criadores. Isso porque Weider foi convidado para estar no São Paulo Fashion Week de número 51. Sua estreia aconteceu de forma primorosa. Do alto do heliponto do edifício Copan, através de um fashion film gravado com apoio da Apple Brasil, o estilista apresentou sua coleção cheia de referências que vão desde a Grécia Antiga até a contemporaneidade. Ao todo, foram trinta peças, com plissados, camisaria, mesclados, streetwear e maxis blazers. As cores variam desde o color blocking, até alfaiataria translúcida. Weider brinca com tanta facilidade com os tecidos pois conhece de perto os têxteis, isso o faz ter mais intimidade com a peça e diferencia no resultado de sua coleção.


Suas coleções são sempre pautadas em responsabilidade social

Já foram temas de seus desfiles o feminismo, pessoas em situação de rua, dificuldades enfrentadas pelos nordestinos, LGBTQIA+. Weider representa as minorias nas passarelas há alguns anos, quando muitas marcas na indústria da moda despertaram para estes temas há pouco tempo.


Nosso estilista, além de nacional, também é famoso internacionalmente. Weider foi convidado para desfilar sua coleção no Chile, para a Mercedes Benz Fashion Week (2018). Também foi para outros eventos no país em outras oportunidades.


Com tanto talento, com tanto engajamento, com clientes famosas, perguntamos a ele se vale a pena viver de moda autoral no nosso país. Sua resposta tem duas faces. Financeiramente não vale a pena, pois faltam recursos, patrocínio, visibilidade. Por outro lado, o que o faz estar até hoje insistindo no negócio, é a sua paixão por moda. Isso nem sempre é o suficiente, mas é essencial.


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