Campinas, 23 de junho de 2021 – A notícia de que o dólar ficou cotado abaixo do patamar de R$ 5 pela primeira vez em mais de um ano animou o mercado e os investidores. Desde 10 de junho de 2020, o preço da moeda americana enfrentava oscilações para cima dos cinco reais e chegou bem perto de R$ 5,70. Mas por que o dólar está abaixo de R$ 5 agora e o que esperar daqui para frente?
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o preço da moeda já vinha recuando nas últimas semanas por conta do maior otimismo dos investidores com a aceleração da imunização contra a Covid-19. Com eles investindo mais dinheiro no Brasil, o dólar ficou disponível em maior volume para negociação. Situação que favoreceu também os seguidos recordes da bolsa de valores, que superou os 131 mil pontos.
Mas não é apenas isso que vem aumentando a oferta da moeda americana por aqui. Analistas do mercado financeiro relacionam a queda do câmbio à divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que elevou a Selic para 4,25% na última semana. O documento sinaliza que o Banco Central vai endurecer o tom de combate ao aquecimento econômico – com possível aceleração das altas da taxa básica de juros nas próximas reuniões. E com os juros mais altos, também aumenta a taxa de retorno a investidores que aplicam em real, puxando a entrada do dólar no país.
Vale destacar que, no exterior, o câmbio também desvalorizou após o mercado ficar mais tranquilo com a afirmação do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de que a alta da inflação no país é transitória.
Agora, a principal pergunta do brasileiro é se o preço do dólar diminuirá ainda mais nos próximos dias. Para respondê-la, é importante contextualizar que, atualmente, os R$ 5 é uma marca psicológica, uma espécie de “ímã”. Ou seja, quando a moeda começa a se distanciar desse valor, o próprio mercado se movimenta para que ela volte a essa marca. Nesse sentido, pode até que ser que o câmbio se aproxime ainda mais dos R$ 4,90, mas também é possível que retorne ao patamar de R$ 5, podendo chegar de novo em torno de R$ 5,15, por exemplo.
Apesar desse efeito de atração nos R$ 5, não é possível afirmar por quanto tempo o dólar se manterá nesse patamar. Mas com as projeções sendo revisadas cada vez para cenários mais otimistas, pode ser que fiquemos por um curto tempo nessa faixa.
De qualquer maneira, é muito importante contar com a ajuda de um assessor de investimentos para ter recomendações sobre o cenário mais adequado para a compra do dólar e como investir de acordo com a atual cotação da moeda.
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Artigo escrito por Lucas Brigato, assessor de investimentos, head de Câmbio e sócio da Ethimos.
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