No ano passado, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), durante a pandemia, as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 31% no Brasil.
Com a chegada do inverno e a queda das temperaturas, as complicações cardíacas aumentam. Uma das razões para este cenário é a maior propagação de infecções respiratórias, características da estação: Gripes e resfriados sobrecarregam o sistema circulatório, obrigando o coração a bombear mais sangue. AVC e infarto também são mais propensos de acontecer nesta época do ano, haja vista que os vasos são agredidos em sua superfície de recobrimento interno, tornando-o mais vulnerável ao processo de trombose.
O alerta é importante por que justamente nesta época há um aumento considerável no número de casos de infarto. De acordo com dados da American Heart Association, eles crescem em média 20% a 25% no inverno. Os casos de AVC (acidente vascular cerebral) também aumentam, em torno de 20%.
No ano passado, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), durante a pandemia, as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 31% no Brasil.
Convidamos o cardiologista e colunista VAM Magazine Dr Bruno Alves para explicar mais como a estação mais fria do ano reflete na nossa rotina: As causas deste fenômeno não estão totalmente esclarecidas. Presumimos que isto acontece pois em temperaturas mais baixas, para manter o calor do corpo, ocorre vasoconstrição dos vasos sanguíneos (estes diminuem o seu calibre), isto leva ao aumento do trabalho do coração - quando os vasos sanguíneos reduzem de calibre, o coração bombeia o sangue contra um sistema de maior resistência, o que leva a esta sobrecarga.
Um dos motivos para esse aumento no número de infarto tem relação com a redução das atividades físicas durante os dias frios. "O exercício físico promove aumento na reserva cardiovascular. Atividades físicas aumentam a eficiência da circulação pelo surgimento de novas pequenas artérias e por aprimorar a função das que já existiam. Desta forma, mais sangue oxigenado é ofertado às células e tecidos de todos os sistemas do corpo, inclusive do coração. Com isso, as demandas são bem atendidas sem sobrecarregar “a bomba”", explica sobre a importância da continuidade nos exercícios físicos, mesmo durante a estação.
Pessoas idosas, hipertensas, diabéticas, obesas, fumantes e sedentárias devem redobrar os cuidados para não ter uma surpresa negativa com as temperaturas mais baixas. “Além dos quadros de angina, infarto e AVC, há um aumento dos casos de insuficiência cardíaca e principalmente alterações da pressão arterial”, cita o médico.
Por isso é tão importante que a população idosa, acima de 70 anos, seja vacinada contra a gripe – além de proteger das infecções, também diminuem o risco de pneumonia e de problema cardiovasculares. Ainda, é importante que a população mais vulnerável evite expor-se desnecessariamente ao frio intenso.
Outro fator prejudicial à saúde é a tendência de comer alimentos mais pesados e ingerir mais bebidas alcoólicas. Somando aos aspectos citados acima, acresce-se o risco de arritmias e infarto, por exemplo.
Cuidados básicos, buscando profissionais qualificados para orientar no controle rigoroso da pressão arterial, da glicose, do peso e do colesterol; exercitar-se e não fumar, são medidas fundamentais para uma vida mais tranquila e feliz.
Faça exames com mais frequência. Cuide de você e da sua família.
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