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Diretora libanesa Jocelyne Saab é homenageada na 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino


Em sua última semana, o evento também promove sorteio do livro "Beirute Noir"


A 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino chega a sua última semana com uma programação dedicada à diretora libanesa Jocelyne Saab (1948 - 2019), ex-repórter de guerra que realizou dezenas de filmes ao longo de sua carreira. Além dos oito filmes da cineasta que entram em cartaz, dois debates sobre suas produções serão realizados no canal da Mostra no Youtube. O festival é totalmente online, gratuito e os filmes estão disponíveis no site www.cinemaarabefeminino.com até dia 27 de junho.

O primeiro debate, um tributo ao trabalho de Jocelyne, acontece na quinta-feira, dia 24, às 14h, e conta com a participação da pesquisadora Mathilde Rouxel e da cineasta Nour Ouayda, com mediação da pesquisadora Fedra Rodrigues. O segundo é no sábado, dia 26, às 15h, sobre o filme "Era Uma Vez em Beirute", que traz um mergulho no universo do cinema libanês. Estarão presentes as atrizes Michele Tyan e Myrna Maakaroun e, novamente, a mediadora Fedra Rodrigues.

Para marcar o fim do evento, a Mostra realiza, em parceria com a Editora Tabla, um sorteio do livro "Beirute Noir" em seu Instagram. A obra traz uma coleção de contos sobre a cidade de Beirute, com histórias que se mesclam para oferecer um retrato completo da cidade. O sorteio será realizado em uma live no Instagram da Mostra no domingo, dia 27, e as regras para participar também estão disponíveis no perfil da rede social.

Oito produções encerram a 2ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino

"Era Uma Vez em Beirute" conta a história de Yasmine e Leila, que decidem visitar um conhecido cinéfilo e colecionador para descobrirem um Líbano que nunca conheceram. As duas heroínas mergulham no universo do cinema que vem contribuindo para a criação da imagem internacional de Beirute ao longo de 40 anos. No contexto da guerra que destruiu a cidade, a projeção de filmes organizada pelas duas devolve à cidade um pouco de sua história e de esperança para o futuro.

Após morar clandestinamente em Beirute para escapar das forças israelenses, o líder da Organização para a Libertação da Palestina (PLO), Yasser Arafat, deixa o Líbano à bordo do Atlantis para um novo exílio na Grécia e na Tunísia. Ele fala sobre seu destino e o futuro da PLO no filme "O Barco do Exílio".

Em "Filhos da Guerra", dias depois do massacre de Karantina num bairro majoritariamente muçulmano de Beirute, a diretora Jocelyne Saab encontrou crianças que haviam escapado e estavam profundamente traumatizadas pelos combates atrozes que haviam visto com os próprios olhos. Deu-lhes lápis de cera e encorajou-as a desenhar enquanto a câmera filmava.

Na produção "Mulheres Palestinas", Jocelyne Saab dá voz à mulheres palestinas, as vítimas frequentemente esquecidas da guerra entre Israel e Palestina. Já "Uma Vida Suspensa" traz a trajetória de Samar, uma jovem mulher nascida da guerra. Forçada a viver como nômade, cresceu entre combatentes, aprendendo a viver num país em guerra. Os desafios diários que enfrenta na vida contrastam com o amor que tem por comédias românticas egípcias, até que, um dia, um encontro com Karim junta as duas coisas.

Tiros e música se misturam com uma voz poética na obra da escritora e pintora libanesa Etel Adnan, a qual se tornaria a primeira obra na “Trilogia Beirute” de Saab. Em "Beirute, Nunca Mais", a diretora busca por traços de vida entre os prédios bombardeados e fogos errantes de uma cidade fantasma, onde até mesmo as crianças se tornaram soldados, saqueadores e catadores.

Considerado por Saab o seu filme mais importante, "Beirute, Minha Cidade" leva a diretora e seu colaborador, o dramaturgo e diretor Roger Assaf, de volta à casca de sua casa antiga seguindo a invasão israelense de 1982, encontrando pequenos lampejos de esperança no caos dos campos de refugiados e dos escombros das vizinhanças dizimadas. Onírico, melancólico e esperançoso, o último filme da trilogia, "Carta de Beirute", mostra o retorno de Jocelyne a Beirut, onde ela vagueia pelas ruas, anda de ônibus, conversa com refugiados e pacificadores e reflete sobre o preço da guerra durante um breve momento de paz.

A 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A programação completa está disponível no site www.cinemaarabefeminino.com.

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