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Rener Oliveira, contra a estética descartável, mergulha fundo e transforma a escrita em permanência

A moda sempre foi um reflexo da sociedade, mas, para o jornalista de moda e especialista em Comunicação, Marcas e Consumo, Rener Oliveira, ela é mais do que isso: é identidade, política e sobrevivência. Nascido no interior do Rio Grande do Norte, mudou-se para Natal aos 15 anos para concluir o ensino médio e, desde então, teve a oportunidade de mergulhar nas novas possibilidades que a cidade oferecia.

Matéria por Ana Elisa Ribeiro / Jornalista de Moda e Stylist
Matéria por Ana Elisa Ribeiro / Jornalista de Moda e Stylist

Crescendo em um contexto onde vestir-se era um ato político e não apenas um reflexo das passarelas, ele desenvolveu um olhar que vai além da superfície da indústria. Hoje, como editor-chefe do Nordestesse, ele carrega em seu trabalho as referências de suas raízes, sua vivência e sua percepção crítica sobre um mercado ainda desigual.


Em uma conversa profunda, Rener nos conta sobre sua trajetória e como suas experiências moldaram sua visão do universo fashion. Desde os desafios enfrentados no início da carreira até a impossibilidade de separar o pessoal do profissional, ele compartilha sua relação com a escrita, a necessidade de ir além do superficial e a busca por um espaço de liberdade que não se limita apenas à criatividade.


Com uma trajetória pautada no aprofundamento e na crítica, para Rener, a moda é um campo de estudo, reflexão e memória afetiva, onde cada peça de roupa carrega um significado muito além do estético. Em um mercado onde tudo é efêmero, seu compromisso é com a permanência – seja na escrita, na moda ou na cultura.


Nesta entrevista, Rener Oliveira traz provocações, reflexões, indicações e uma visão única sobre o futuro da indústria: até que ponto o mercado da moda no meio digital está disposto a mergulhar.

1- Como as referências das suas raízes aparecem no seu trabalho? Em que momento elas se misturam? Venho de um lugar diferente do que a moda está acostumada — um lugar com poucos privilégios e acessos. Tive que me adaptar às minhas possibilidades para estudar e consumir moda. Foi assim que entendi que existe uma fatia do mercado que vive a moda de forma distinta do que estamos habituados a ver: uma moda que nasce da necessidade, e não das tendências. Ao meu redor, as pessoas não consumiam moda porque era cool ou seguiam alguma tendência. Elas consumiam moda pelo ato político que é se vestir. Por exemplo, se surgia uma oportunidade de emprego, você não comprava um blazer porque era oversized ou estava na moda, mas porque precisava estar apresentável para um compromisso profissional. Foi assim que percebi que a moda opera em diversas frentes, além da comunicação não verbal. Minhas referências interioranas, rio-grandenses e nordestinas sempre atravessaram o tipo de comunicação que faço. Todos os meus posts carregam um viés político e social, reflexo do contexto em que cresci. E, mesmo hoje, continuo inserido nesse lugar, porque ninguém consegue cortar as raízes de onde veio. Tudo no meu trabalho retorna à minha formação social e às minhas experiências pessoais: as lembranças da época de faculdade, as pessoas que me marcaram na academia e as referências que construí. Tento preservar essas memórias, porque elas se tornaram meu diferencial em meio a comunicadores inseridos em outros contextos sociais, especialmente no Sul e Sudeste. Vejo meu trabalho como uma colcha de retalhos de memórias afetivas. Sou alguém que, quando criança, consumia moda dentro das suas possibilidades e, hoje, entende que o mundo é muito maior do que o lugar de onde saí.


2- Tem um texto seu em colaboração com a Luanda Vieira em que você fala sobre a palavra em tempos de imagens descartáveis. Em uma parte, você menciona a importância de mergulhar, de sair do raso sem medo. Eu queria saber como é essa aventura de mergulhar para você: O que vejo é que toda a minha bagagem social, o lugar de onde vim, sempre me protegeu. Foi essa base que me deu o fôlego necessário para mergulhar sem medo, sem me prender tanto às portas que poderiam se fechar. Dentro do meu espectro de juventude — com toda a rebeldia e até certa inocência de quando comecei a escrever —, fui sendo abraçado por diversas frentes e profissionais que me acolheram e incentivaram. Assim, compreendi que, se eu não me jogasse, seria apenas mais um.


É muito mais sobre a necessidade de não permanecer no raso, de não me acomodar nessa superficialidade da moda e das redes sociais, criando coisas efêmeras e passageiras, como um feed que só continua rolando. Hoje, voltar atrás já não é uma possibilidade. O que eu fiz está feito. Não tem como, de repente, decidir: “Não vou mais fazer isso.” Porque, se eu fizer isso, é como se meus superpoderes se esgotassem, como se eu me tornasse um produto descartável dentro da mesma indústria que critico.


Se eu parar de pensar e de escrever, perco minha funcionalidade. Por isso, sinto cada vez mais que preciso ir mais fundo para sobreviver nesse meio tão competitivo e continuar me destacando nessa multidão digital de ideias. Não mergulhar não é uma opção. Então, sigo indo mais fundo, até onde meu fôlego permitir.

E digo para todos: se, dentro da moda, eu não puder continuar fazendo o que faço — levando minha voz para novos formatos e lugares, sem abrir mão do meu senso crítico —, eu busco outra ocupação. Porque, para mim, simplesmente não fará mais sentido.


3- Tem algum momento em que você consegue separar o seu mergulho? Rener CNPJ e Rener CPF: Acho impossível separar. Quem trabalha com comunicação está sempre sendo atravessado por tudo, o tempo todo. Minhas ideias surgem enquanto tomo banho, vou à padaria, converso com amigos em um bar, observo a cidade ou leio frases de efeito enquanto ando por São Paulo. Não tem como desligar. Não sou do tipo que pensa: “Às 18h, vou fechar o escritório e fazer outras coisas.”


Enquanto lavo louça, ouço um podcast e já começo a elaborar um ensaio em cima disso. Estou almoçando e assistindo ao jornal, e tudo vira inspiração. Meu lado pessoal é o que movimenta tudo, porque o CNPJ veio muito depois. A profissionalização do que faço só aconteceu após eu já ter construído um portfólio enorme de textos. Por isso, separar essas duas esferas é impossível.


E acho que é exatamente isso que nos diferencia de uma inteligência artificial. Os códigos binários nunca vão sentir ou traduzir o que a gente sente. Meus textos são completamente atravessados pelo lado pessoal, seja como uma forma de me salvar, seja para ajudar outra pessoa. Tudo parte de um lugar humano, não é roteirizado. Eu não acordo pensando: “Qual vai ser a pauta de sexta-feira?” Esse não é o meu processo.


Por exemplo, teve desfile da Chanel. Quando recebo essas informações, já sei o que quero escrever, e o texto simplesmente sai. Claro, existem trabalhos que precisam de mais tempo para amadurecer, mas, geralmente, minhas pautas são muito orgânicas. Se em uma semana não tenho nada para falar, simplesmente não falo. E, quando há semanas mais movimentadas, atravessadas por várias pautas interessantes, posso postar todos os dias.

Acima de tudo, não me cobro tanto para produzir conteúdo. É nesse espaço de liberdade que consigo encontrar equilíbrio.


4- Lendo o texto que você fez sobre o desfile da Chanel em 2024, a metáfora da gaiola foi uma pauta muito explorada. Qual gaiola te aprisiona no seu lado profissional e pessoal? No lado profissional, sinto que não tenho uma gaiola. Essa liberdade que conquistei é algo do qual não consigo abrir mão. Já tive discussões com amigos do meio que, em alguns momentos, não concordaram com algum posicionamento ou fala minha, mas eles entendem que isso faz parte de quem eu sou. É algo que carrego comigo, e, de certa forma, eles precisam aceitar.


Já no lado pessoal, acho que minha gaiola é a minha própria mente. É essa necessidade constante de ir além, de tentar sempre dar o meu melhor. É lidar com questões íntimas que só cabem a mim e que, talvez, eu não consiga expressar totalmente. Muitas vezes, sinto mais medo de enfrentar essas questões do que os gigantes da moda.


Acredito que essa "gaiola do eu" não seja só minha. É algo que todos carregamos: essa busca incessante por saber quem somos no fim do dia. E essa busca nunca acaba. Para mim, essa é a maior gaiola — aquela que me leva a um lugar íntimo e pessoal, onde os desafios são tão profundos quanto necessários.

5- Esse mergulho que você vem dando há tantos anos te levou a ser editor-chefe de um dos maiores portais de moda do Brasil, o Nordestesse, que leva a cultura e a moda do Nordeste para outros estados. Como foi esse começo? Teve algum desafio que te marcou? Desafios sempre aparecem pelo caminho. Há momentos em que bate aquele desespero, aquela dúvida sobre conseguir dar conta de tudo. Hoje, o Nordestesse é uma pequena empresa que realiza coisas gigantescas, mas com uma equipe reduzida. Um dos maiores desafios aconteceu no início, quando comecei a trabalhar com a Dani (Daniela Falcão). Ela veio da Vogue, dirigiu a revista e o grupo Globo Condé Nast por tantos anos. Eu tinha um enorme receio de não corresponder, de não dar certo.


O que escrevo é muito pessoal, baseado em um olhar crítico a partir da minha perspectiva de vida. Então, precisei me moldar, aprender a fazer textos mais jornalísticos e informativos, de acordo com o que o Nordestesse pede. No começo, foi essencial entender como a Dani esperava que os textos surgissem, aprender a voz do Nordestesse e me adaptar ao ritmo. Foi um período desafiador, especialmente lá em setembro de 2021.


Mas acredito que tudo é uma questão de paciência, de estar aberto a ouvir, entender e identificar os pontos que precisam ser ajustados. Com o tempo, as coisas foram se estabilizando. Hoje, alcançamos uma estabilidade muito boa, e consigo realizar muitas coisas sem que isso comprometa meu funcionamento no Nordestesse.


6- Como é feita a curadoria das marcas que entram no Nordestesse?

A história do Nordestesse começou na pré-pandemia, quando a Dani estava morando em Recife e já não fazia mais parte do Grupo Globo. Algumas marcas começaram a entrar em contato com ela para apresentar seus projetos. Nesse período, ela teve a oportunidade de conhecer muitas dessas iniciativas pessoalmente.


A Dani passou a divulgar essas criações em suas redes sociais, e as pessoas começaram a se interessar. Por exemplo, a Lilian Pacce entrava em contato com uma marca que a Dani havia divulgado, e a empresa ficava extremamente emocionada, porque, muitas vezes, ninguém havia dado atenção a ela antes. Foi nesse momento que a Dani percebeu a possibilidade de usar a plataforma que já havia construído na Vogue para criar o Nordestesse.


A curadoria é feita com base no feeling da nossa percepção, sempre com um olhar mais criterioso. Não basta a empresa ser nordestina; precisamos entender as práticas dela. Avaliamos se o design é interessante e como consegue trazer o regional com um apelo global. Por exemplo, não é apenas saber fazer crochê — isso muitas pessoas sabem. A questão é como esse trabalho pode ter uma identidade de moda única.


Selecionamos propostas que mostram criatividade, coerência, um posicionamento claro e um processo de produção alinhado. Também levamos em consideração a questão da mão de obra, especialmente no caso de negócios artesanais. Avaliamos se essas marcas realmente valorizam as mãos que produzem. Eu e a Dani trocamos muitas ideias durante esse processo, identificando quais estão prontas para serem divulgadas no Nordestesse.


7- Tem alguma marca nova na curadoria que você gostou muito e indica?

Sim! Uma marca que entrou este ano é a Intui, comandada pelo Washington Carvalho, um designer incrível da Bahia. Ele trabalha com uma alfaiataria tropical, mais leve, orgânica e oversized, incorporando bordados que dão um toque especial às peças. A Intui traz algo fresco e inovador, mantendo a identidade nordestina, mas com uma visão que vai além do tradicional, como crochês e trabalhos em palha. É uma proposta que conecta elementos regionais com um olhar moderno e global.Acredito que a Intui tem um grande potencial para se consolidar nacionalmente. O Washington tem uma visão de design muito boa, acredito que possa ser o próximo grande nome dentro do Nordeste.


8- Vocês já passaram por algum preconceito?

Que eu me lembre, não. Nunca senti isso. Acho que isso nunca aconteceu nos eventos que realizamos, até porque o Nordestesse cresceu em um período em que a valorização do nacional estava em alta. As pessoas e empresas que nos recebem estavam também conectadas a esse fato nordestino da criatividade, e sempre fomos bem recebidos em todos os lugares por onde passamos. Nunca soube de nenhum preconceito ou xenofobia em relação às marcas que estiveram e estão expondo conosco.


9- Quais são as suas maiores referências dentro da moda?

Não tem como não falar da Dani (Daniela Falcão). Ela sempre foi uma referência para mim. Tenho amigos que dizem que aprenderam não só sobre moda, mas também sobre arte, por conta da Vogue na época em que ela editava. Quando surgiu o contato e o convite, fiquei super feliz, porque para mim era algo muito distante. Também estou colaborando com a Erika Palomino, que foi e continua sendo uma das maiores jornalistas de moda que o Brasil já viu. Ela sempre trouxe um olhar mais crítico em uma época em que a crítica de moda era realmente valorizada, e as pessoas esperavam por isso. A Erika me convidou para reescrever a edição do Babado Forte, um livro lançado por ela no final dos anos 90, que mapeia a cultura jovem do centro de São Paulo. A Regina Guerreiro também é uma referência nesse campo de criação de imagem de moda e opinião. São tantas pessoas que me inspiram nessa jornada. Amigos da faculdade, que me mostram outras realidades, e hoje, amigos estilistas que compartilham comigo tanto os problemas quanto as alegrias da vida na moda. Todas as pessoas que me atravessam e que consigo trazer para perto de mim e me aprofundar nesse mergulho estão presentes nas minhas palavras. Acredito que o contato humano e essas relações são o que realmente fazem meu trabalho ser diferente.


10- Todos esses nomes que você citou são referências muito fortes dos anos 80 e 90. Como você vê esse boom digital nas redes?

Eu acredito que, como todo boom, muita gente surge, mas poucos permanecem pela qualidade. A internet trouxe essa democratização — sou um filho da internet também —, mas com o tempo, a gente vai descobrindo que nem tudo que reluz é ouro. Nem todas as páginas que acompanhamos têm conteúdo autoral. No final, você percebe que aquele texto é apenas uma tradução de uma página internacional, ou que aquele vídeo, feito em segundos, é uma adaptação de um artigo de um jornalista. E é aí que o mercado começa a perceber que há muita coisa fraudulenta. Para se manter nesse meio, é preciso ser original. As pessoas estão cada vez mais críticas e atentas. Eu vejo esse boom como algo muito positivo para dar visibilidade a vozes que talvez nunca tivessem espaço, mas também é perigoso, porque a internet tem o poder de criar ilusões. E, por isso, fico preocupado com esse aspecto.


11- Você acha que está faltando conteúdo dessas pessoas? Eu acho que está faltando aprofundamento. A notícia está aí, mas está faltando aprofundamento, checagem, embasamento. Vejo que hoje tem pessoas com páginas que nunca cursaram um curso de moda ou de comunicação social, mas se impõem com esse olhar de comunicadores e levantam essa bandeira. Então, eu acho que falta uma base teórica para que essas pessoas consigam realmente entender o que é uma comunicação de fato, respondendo algumas perguntas como: quem? onde? como? por quê? Então, eu acho que a notícia está aí, mas o que falta realmente é um aprofundamento, uma pesquisa.


12- E qual seria o seu conselho para as pessoas que querem entrar no meio jornalístico e comunicativo? O meu maior conselho é buscar referências, olhar para dentro e entender de onde você vem. Nós somos hoje prestadores de serviço da moda. Eu estou agora como editor, são coisas do momento. Quando você percebe que a moda é maior do que qualquer pessoa, tudo fica mais fácil. Muitos entram nesse meio em busca de ganhar recebidos, de ir para as festas, de desfilar sem nunca ter pisado numa passarela. Querem ficar na primeira fila sem nunca ter escrito ou reportar nada. Então, o meu conselho é fazer pelo certo. Às vezes demora, mas no futuro vale a pena, porque você consegue se destacar pelo o seu talento. O ‘’look do dia’’, aquele vídeo bonitinho pulando e mudando de roupa, isso todo mundo sabe fazer, mas criar e gerar uma comunidade em torno do seu intelecto, do que você tem a oferecer, é o que vai ser o seu grande diferencial.


13 - Tem algum texto seu que você gosta muito e algum que você não gosta tanto?

Nossa, não sei… Acho que o meu primeiro texto que viralizou, embora hoje eu o veja como meio incompleto, foi essencial para mim naquela época. Foi com ele que consegui uma visibilidade, ainda que pequena, dentro da moda, ao trazer a conexão entre Alexander McQueen e a xilogravura. Mas, o meu favorito… Não sei te dizer. É algo muito do momento. Tem dias em que estou mais nostálgico, outros em que estou mais feliz, e tem dias em que estou com dúvidas. Então, acho que meus textos representam muito o meu espírito do dia. Mas todos eles são especiais, cada um trouxe algo ou alguém para a minha vida, por isso não consigo escolher apenas um.


14- Como você vê o jornalismo de moda daqui a 5 anos? Eu acho que tudo acontece muito rápido. A moda pode mudar em cinco minutos, podemos receber uma notícia que vai chocar a indústria ou criar um novo grande escândalo. Essas coisas mudam repentinamente. Daqui a cinco anos, o que eu gostaria de ver é uma regulamentação das redes sociais como veículos de comunicação, e que as marcas olhassem além do banal e dos números superficiais. Só assim a moda poderá sair desse lugar fútil. Acredito também que haverá uma onda anti-fashion. Acho que, em algum momento, se a moda não se atualizar para os moldes do hoje, ela será vista como algo cafona. Então, os pensadores e consumidores, que vão além dos influenciadores, começarão a se envolver em comunidades próprias para debater esses assuntos. Se a moda se tornar mais entretenimento, menos relevante ela será. Esse é um pensamento que venho tendo nas últimas semanas. Mas, ao mesmo tempo, não sei, porque cinco anos parece algo distante, mas também muito perto que eu não sei se teremos grandes mudanças nesse período.


15 - Indique 3 lugares Nem Tão Escondidos. Na minha última viagem, em Feira de Santana, onde fui dar uma palestra para o Sebrae, conheci um lugar chamado  "O Postinho". É um lugar super divertido, com dizeres que trazem uma cultura pop, mas com uma estética totalmente do interior, tanto nos drinks quanto nas comidas. É bem legal. Em São Paulo, não posso deixar de citar o Copan como um todo, porque a gente nunca vai em apenas um. Existe a trinca, né? Que é a trinca que mais frequento: Dona Onça, Copanzinho e Orfeu, mas também tem o Paloma. Enfim, há outros lugares nos arredores do Copan. Eu acho que o Copan, como um movimento cultural, é um lugar que as pessoas precisam conhecer pela diversidade e efervescência das pessoas que estão por lá.


No terceiro lugar é a Barra Funda, que tem alguns lugares super legais para conhecer. Fui lá há mais ou menos um mês com meus amigos, e a gente saiu explorando os bares e as festas que estavam acontecendo. Esse rolê noturno na Barra Funda também é bem interessante.


Ao longo desta conversa, Rener Oliveira nos convida a revisitar o que entendemos por moda. Para ele, mais do que tendências, desfiles ou imagens que viralizam, a moda é território de disputas simbólicas, espaço de resistência e ferramenta de pertencimento. Ao narrar sua trajetória com sinceridade e profundidade, ele nos mostra que é possível construir caminhos legítimos dentro da indústria — sem abrir mão das raízes, da crítica ou da sensibilidade.


Com uma escrita afiada e um olhar atento para o mundo ao seu redor, Rener continua a mergulhar fundo, traduzindo afetos, histórias e territórios por meio da palavra. E, talvez, seja exatamente por isso que sua voz ecoa com tanta força: porque ela nasce de um lugar real, que não teme a profundidade — e que entende que, mesmo em tempos de imagem, ainda é a palavra que constrói permanência.

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