A também idealizadora do Fanny’s, restaurante e café do The Academy of Motion Picture Museum, ou Museu do Oscar, conversa com a VAM Magazine
Nascida em Cerro Corá no interior do Rio Grande do Norte, Clija Chait foi criada por seus avós e foi assim que aprendeu sobre a gastronomia nordestina. Hoje casada e sócia de Bill Chait - renomado restaurateur - está à frente de mais de 20 empreendimentos nos Estados Unidos e Coreia do Sul, entre restaurantes, bares, loja de vinhos e padaria.
Aos 15 anos se mudou para a capital Natal, onde teve seu primeiro contato na área da gastronomia trabalhando em bares, fazendo e servindo coquetéis, depois começou a atuar na parte administrativa da gestão de restaurantes. Aos 24 anos foi morar em São Paulo, cidade que lhe abriu um mundo de possibilidades nesse ramo. Na época, trabalhou na administração das empresas e gestão de restaurantes italianos.
Em 2016, se mudou para Los Angeles onde fez um curso de extensão em contabilidade na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e após dois anos e meio estudando, começou a atuar na administração das empresas do casal. Situada em uma das áreas mais diversificadas do mundo, Clija explica que apresentar a gastronomia nordestina para grandes chefs e norte-americanos é um privilégio.
“Uma das minhas paixões é cozinhar, de forma despretensiosa, para meus amigos. Trazer um pouco do que a culinária brasileira tem como: o arroz de leite, a buchada de bode, a feijoada, a moqueca e muito mais para uma cultura completamente diferente, é desafiador e ao mesmo tempo prazeroso. Sempre que apresentamos um pouco da cultura brasileira e nordestina, me senti acolhida, respeitada e prestigiada. As pessoas são curiosas, estão sempre buscando o novo e dando oportunidade aos pequenos e grandes restaurantes. De certo modo nossa gastronomia é bem diferente do que eles estão acostumados, mas eles recebem os sabores e texturas sempre muito bem”, afirma.
Um de seus empreendimentos é a primeira aposta do casal na culinária brasileira. O restaurante tem como sócio o chef Rodrigo Oliveira. “A resposta tem sido ótima. Quando pensamos no Caboco, levamos muito em conta os brasileiros, mas de um modo que o conceito atenda a todos os públicos que estão na cidade. Los Angeles é um lugar cosmopolita”, diz Clija. O restaurante foi idealizado com o objetivo de levar aos americanos pratos típicos da cultura brasileira, como dadinhos de tapioca, torresmo, moqueca, dentre outros.
Em dezembro de 2021, o casal de empresários inaugurou um dos mais ousados e importantes empreendimentos de suas trajetórias, o Fanny’s, restaurante e café do The Academy of Motion Picture Museum, ou Museu do Oscar, em Los Angeles. O empreendimento tem um estilo que remete à velha Hollywood; a proposta do restaurante é trazer um cardápio multicultural durante o dia e uma cozinha americana no jantar.
Depois de quase seis anos no exterior, Clija conta com grandes chefs em seus restaurantes, muitos deles com estrelas Michelin. A cozinha de seus estabelecimentos percorre pelos quatro cantos do mundo se posicionando como uma empresária de sucesso. Vem ler a entrevista exclusiva com essa mulher forte que ama o Brasil:
VAM: Clija, você nordestina de Cerro Corá, interior do Rio Grande do Norte, que aos 15 anos se mudou para a capital Natal, onde teve suas primeiras experiências de trabalho na área da gastronomia trabalhando em bares, fazendo e servindo coquetéis, depois passou para a parte administrativa da gestão de restaurantes. Vamos iniciar a entrevista falando sobre superação. Qual a sua, e porquê? E qual ainda é o seu sonho profissional? Acho que minha superação é diária. Parece clichê, mas é sobre cair, levantar e não desistir.
É difícil ser subestimada, enfrentar preconceito, mas isso não me assusta, pelo contrário, ter vindo de onde eu vim só me fortaleceu.
Meu sonho profissional é aprender ainda mais, expandir a marca e, agora, com o empreendimento no meu Estado, o Rio Grande do Norte, é dar um retorno para o lugar que me deu tanto, levando bons produtos e impulsionando a economia local.
VAM: Foi criada pelos avós e desde lá já teve o prazer de aprender com eles a gastronomia nordestina. Quais são as lembranças dessa época que ainda se mantêm vivas na sua trajetória? E o que gosta de cozinhar? Minha gastronomia foi influenciada principalmente por meus avós, Ana Maria e João Duarte, que chamo na verdade de "mãe e pai".
Eu vivi uma infância linda, criada pelos meus avós com muito carinho, onde tive o prazer de aprender com eles sobre a gastronomia nordestina.
A minha visão de gastronomia sempre foi de usar o pouco que temos e transformar em algo bem apresentável e extremamente saboroso.
Gosto de cozinhar o tradicional cuscuz nordestino, preparar uma galinha como minha mãe ensinou e tantos pratos sertanejos cheios de memória afetiva.
VAM: Sente saudade do que do Brasil? Minha saudade é diária, só não é maior porque carrego comigo a culinária, a cultura. Sempre faço pratos nordestinos em casa, falo com amigos e com minha família, isso ajuda a amenizar a falta que o Brasil me faz.
VAM: À frente de mais de 20 empreendimentos nos Estados Unidos e na Coreia do Sul. Entre eles estão restaurantes, bares, lojas de vinhos e padarias. Quais as suas dicas de sucesso para quem busca expansão e sucesso? Não se faz nada sozinho, eu e meu esposo temos sócios nos empreendimentos e contamos com um time super competente. Porém, também acompanhamos de perto, nós vamos aos restaurantes periodicamente, fazemos reuniões e vamos aperfeiçoando os processos.
VAM: O Fanny's é o seu restaurante e do seu marido, Bill Chait, que fica dentro do The Academy of Motion Picture Museum, ou Museu do Oscar, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Como surgiu esse acontecimento na vida do casal? O que podemos encontrar nesse espaço incrível que homenageia a antiga Hollywood? Nós fomos convidados a abrir nosso restaurante no Museu do Oscar, foi um projeto grandioso e muito inspirador. Cada detalhe foi projetado de forma que remetesse aos frequentadores àquele glamour da antiga Hollywood.
O restaurante está aberto para o café da manhã, almoço e jantar, com brunch nos fins de semana. A proposta é trazer um cardápio multicultural durante o dia e uma cozinha americana no jantar.
VAM: “O Fanny’s é um dos projetos mais incríveis que criamos nos últimos anos. Estamos cheios de orgulho e ansiosos para abrir as portas por completo, pois já sentimos o quão aclamado esse conceito será e quanto ele trará uma experiência inesquecível para nossos clientes”, afirma Bill Chait, seu marido para outra entrevista. Conte um pouco como é essa relação empreendedora e amorosa? Nossa relação se complementa, tanto nos negócios, como na nossa relação de casal.
Eu sempre aprendi muito com ele, um homem inteligente e perspicaz. Da mesma forma, eu trago pra ele novas ideias, minha mente criativa não para.
VAM: Clija, qual a definição da palavra prestigio para a sua vida? Prestígio, profissionalmente, é reconhecimento pelo trabalho dedicado e de excelência.
Pessoalmente, é ser acolhida com tanto carinho por onde eu passo e saber que tem gente que torce verdadeiramente pelo meu sucesso.
VAM: Gastronomia está também ligada à arte. Moda para ti é? Eu amo moda, a estética da moda me inspira nos ambientes que ajudo a projetar.
E pessoalmente, gosto de me vestir bem, não tenho medo de ousar.
Moda para mim é atitude e ousadia.
VAM: Caboco, é a primeira franquia dedicada à gastronomia brasileira, nos conte como é apresentar a nossas delícias do Brasil para outros países? Quais são os pratos preferidos lá fora?
Levar a culinária e os sabores brasileiros para uma das mais vibrantes capitais gastronômicas dos EUA, Los Angeles, sempre foi meu sonho, que se tornou realidade graças à parceria com o premiado chef brasileiro, Rodrigo Oliveira.
O Caboco tem como conceito apresentar internacionalmente ingredientes genuinamente brasileiros com um toque contemporâneo e celebrar a incrível diversidade das cozinhas regionais do Brasil, do Nordeste à Amazônia.
Sem dúvidas, o dadinho de tapioca é nosso prato mais pedido, não há nada igual no mundo. E agora servimos nossa tradicional feijoada aos finais de semana.
Temos uma carta de bebidas com várias opções de drinques à base de cachaça, incluindo a nossa famosa “caipirinha”, que é uma receita de sucesso.
VAM: Para finalizar, Clija como se sente possuindo chefs que estão no Guia Michelin trabalhando com você, e como acredita ser importante as estrelas para um restaurante de sucesso? Ter chefs com estrelas Michelin significa aquela cereja do bolo. Eles trazem todo o seu diferencial e talento para as nossas cozinhas.
Na verdade, todos os nossos chefs têm suas qualidades singulares. Os nossos restaurantes são um sucesso seja por pratos que ninguém consegue reproduzir, pelo atendimento impecável e pelos ingredientes selecionados e até mesmo produtos exclusivos que procuramos trazer para os nossos clientes.
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