Bruno Fagundes também estrela série na Netflix e ambiciona a carreira internacional
Aos 32 anos, Bruno Fagundes vive um momento de plenitude. Momento este pelo qual vem trabalhando há muitos anos. Mais maduro e totalmente consciente sobre os seus objetivos, o ator vem colhendo os frutos de toda a dedicação à carreira. Em maio, ele volta à Globo na nova novela das 7 do canal, Cara e Coragem. “É, certamente, o personagem mais desafiador até agora. Ele tem múltiplas camadas, é extremamente complexo na sua construção”, diz Bruno, que também poderá ser visto na Netflix em mais um trabalho com a gigante do streaming, na série Só Se For Por Amor: “Foi um projeto que simplesmente amei fazer. Vai ter dose dupla de Bruno (risos)”. Com o corpo mais atlético, o artista conta que fez uma preparação intensa para o personagem na TV. “Não tem como chegar a lugar nenhum sem esforço e alguma abdicação. Acrescentei treinos intensos e diários na minha rotina. E fiz pelo menos mais duas aulas de circo por semana, que era algo que eu já praticava com regularidade por hobby”, explica. Filho de Antonio Fagundes, um ícone da TV, Bruno afirma que as comparações podem ser cruéis, mas que nunca se intimidou com elas. “Nunca tive medo, inclusive, há muito tempo decidi fazer teatro com ele por isso. Quer me comparar a ele? Então venha nos assistir, vem ver dois atores se digladiando em cena, um jogando a peteca pro outro e você mesmo vai ver que somos incomparáveis”, afirma o ator, que ambiciona voos ainda maiores como uma carreira internacional: “Não existe um dia da minha vida em que não pense e trabalhe para isso. Estou pronto. É só uma questão de tempo e oportunidade agora”. Confira o bate-papo exclusivo da VAM Magazine com Bruno Fagundes abaixo!
VAM: Você vai estrear um novo trabalho na TV. O que você pode contar sobre esse projeto? Olá VAM! Muito obrigado pelo interesse e pelo espaço maravilhoso pra falar sobre minha carreira. Esse ano eu comemoro duas vezes, porque vou estrear na Globo e na Netflix (ainda sem data). São trabalhos muito diferentes e os dois têm um lugar muito especial no meu coração. A novela está vindo com tudo, tenho altas expectativas sobre esse trabalho. Vai ser uma novela cheia de ação, humor, suspense, reviravoltas, um prato cheio pra quem se entusiasma com o formato. Vai ser demais!
VAM: Posso dizer que é um vilão, que ele vai mexer com os ânimos do público? Com certeza absoluta. É, certamente, o personagem mais desafiador da minha carreira. Ele tem múltiplas camadas, é extremamente complexo na sua construção, estou elaborando muito sua personalidade junto com o texto tão bem escrito da Claudia Souto. É um personagem presente. Uma oportunidade incrível que ganhei e estou muito grato. Posso dizer que quero gerar indignação e sedução em quem assiste, quase na mesma medida (risos).
VAM: Além da novela, você tem mais trabalhos para estrear? Esse ano estreio na Netflix a série Só Se for Por Amor, mas ainda não temos data. Foi um projeto que rodei ano passado e simplesmente amei fazer. É uma série musical cheia de gente incrível. Vai ter dose dupla de Bruno na telinha, SIM! (risos).
VAM: Sua última novela foi há 8 anos. Por que essa demora para voltar? Foi intencional? Grande parte da carreira do ator é estratégia. A outra parte, ficamos à mercê de um mercado e de suas oportunidades. Eu te garanto que nenhum ator deixa de fazer qualquer trabalho por escolha. Então, meu afastamento da Globo não foi intencional. A questão é que eu sempre criei uma carreira independente, com bastante garra e muito orgulho. Assim que terminei minha novela, eu fiz turnê internacional com uma peça que estava em cartaz e menos de um ano depois assinei com a Netflix e fiquei lá até 2021, nesse último trabalho que gravei. Ou seja, fiquei longe da Globo por uma simples questão: não dá para estar em dois lugares ao mesmo tempo. Fiz uma carreira linda no streaming, cinema e teatro e, nesse momento, a novela me pareceu a melhor oportunidade de trabalho.
VAM: Você está mais magro, super atlético. Esse novo corpo foi para esse papel na TV? Perdeu quantos quilos? Ganhou? Sim. Meu personagem é um atleta, um quase acrobata e bailarino. Eu adoro me transformar para o trabalho. Sinto ainda que no Brasil, nos arriscamos pouco nessas transformações. Estou muito feliz com o que consegui conquistar para o personagem em tão pouco tempo. Não sei nada disso em números, só sei que minha aparência mudou no espelho e acho que tem tudo a ver com o personagem.
VAM: Teve que mudar a sua rotina para focar nessa preparação física? Claro. Não tem como chegar a lugar nenhum sem esforço e alguma abdicação. Acrescentei treinos intensos e diários na minha rotina. E fiz pelo menos mais duas aulas de circo por semana, que era algo que já praticava com regularidade por hobby. Além disso, iniciei a preparação específica da dança do personagem. Estou há, pelo menos, seis meses nesse processo.
VAM: Você se considera um homem vaidoso? Do que você não abre mão? Eu fui ficando mais maduro e mais vaidoso. Não tem como se cuidar mais, se não for por inteiro. Na minha opinião, a vaidade não é só uma questão estética, é também como e aonde você coloca seu foco e energia, o que você permite entrar na sua vida. Algumas escolhas acabam se tornando naturais nesse processo. Eu não abri mão de nada. Eu só criei mais consciência e equilíbrio. E acho que isso serve pra todos nós e pode ser uma escolha diária. A regra maior é fazer o que te faz sentir bem.
VAM: Você é um ator com uma formação completa, correto? Você tem desejo de seguir uma carreira internacional? Obrigado pela formação completa (risos)! Modéstia totalmente à parte - temos que nos avaliar sempre e reconhecer também nossas qualidades - eu sou altamente especializado no que escolhi pra mim. E isso me faz querer sempre algo melhor e maior pra me desafiar e me inserir num lugar bacana na carreira. Nesse sentido, cabe muito uma carreira internacional nas minhas ambições. Não exista um dia da minha vida que não pense e trabalhe pra isso. Estou pronto. É só uma questão de tempo e oportunidade agora.
VAM: Você é filho de um grande ator e acredito que muitas pessoas ao longo da sua vida profissional quiseram fazer comparações. Como é/ ou foi esse processo para construir seu caminho independente dessa figura paterna? Hoje, no auge dos meus 32 anos, está bem mais fácil do que difícil, porque sou um artista com mão no peito, não desisto fácil e sou muito exigente com minha evolução, não aceito distrações. Mas, foi uma luta diária e constante até aqui. Isso já mudou radicalmente, mas ainda sinto que existe uma certa preguiça das pessoas em conhecer melhor minha carreira sem mencioná-lo. E é possível porque tenho muita coisa pra falar. Veja, eu tenho muito orgulho da carreira dos meus pais e de tudo que eles me mostraram ao longo dos anos. Eles moldaram meu olhar jovem pra qualidade e excelência. Sou muito grato. Mas a dissociação é necessária. Nunca tive medo das comparações, inclusive, há muito tempo decidi fazer teatro com ele por isso. Quer me comparar a ele? Então venha nos assistir. Vem ver dois atores se digladiando em cena, um jogando a peteca pro outro e você mesmo vai ver que somos incomparáveis. Que sou um ator e ele e outro. A partir desse momento, lá em 2012, as pessoas começaram a me enxergar, mas isso só foi possível porque eu me exigi um nível de excelência alto; não dá criar individualidade, nesses casos, sendo menos do que excelente. E estou no mercado desde então, trabalhando ininterruptamente.
VAM: Você já teve bloqueios por causa dessa pressão que criaram para você? Poderia ter tido porque as pessoas são cruéis e a pressão é irreal e insana. Uma projeção coletiva, nada mais que isso. Mas eu nunca me paralisei por medo. Nunca bloqueei nenhuma descoberta e exploração minhas. Transformei tudo isso em trabalho. Reagi calado a essa pressão sem sentido, esperando pacientemente minha trajetória me validar. Olho pra trás hoje e vejo o quanto conquistei, quantas coisas incríveis eu fiz sem passar por cima de ninguém. Fazendo o meu e torcendo pelos que encontrei pelo caminho.
VAM: Qual é o seu maior sonho profissional e pessoal hoje? Meu maior sonho profissional é não parar. É ter condições físicas e oportunidades pra sempre me desafiar mais e mais. Minha estratégia de carreira é: “deixa eu ver o que ainda não fiz…” e direciono todo meu foco pra isso até conseguir. Sempre foi assim, espero que continue. Meu sonho pessoal é ter saúde pra isso, amigos verdadeiros, amores e família criando suporte.
VAM: E qual é o personagem que você gostaria de interpretar? Todos os que ainda não fiz. Há muitos! Impossível nomear um.
VAM: Você está namorando? Não estou.
VAM: O que você gosta de fazer nas horas vagas? Regra geral, eu sou muito chato, estudo muito, leio e fico organizando coisas práticas da vida de adulto (risos). Sou extremamente organizado e gosto disso. Mas no meu dia a dia eu assisto filmes e séries diariamente, vou muito ao teatro, eu tomo conta da minha carreira e de todas as frentes que abri com meu trabalho quase todos os dias, eu malho, vejo meus poucos e bons amigos. Adoro jantar fora. Curto sair também, mas com menos disposição do que antes. Adoro viajar quando posso. E é isso.
Entrevista, Editor Chefe: Antonnio Italiano
Fotos: Jonas Tucci
Imprensa: STAMPA Comunicação
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