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Alexei Waichenberg: Um modernista na vanguarda

Quem se aproxima desse carioca de Copacabana, aos 55 anos, parece ser contagiado pelo seu poder de realização e por saber tirar prazer ao mesmo tempo que mergulha nos empreendimentos em que se envolve.

Waichenberg sempre foi precoce. Aos 16 anos saiu do conforto da casa dos avós, por quem foi criado e começou a vender camisetas, que criava e produzia nas malharias do subúrbio do Rio, na praia para turistas. Aos 17, representava o grupo musical estrangeiro “Menudo” no Rio de Janeiro, aos 18 prestou concurso público para a Rádio MEC, onde permaneceu como roteirista por 12 anos, aos 19 montou um escritório de arte e aos 20 foi considerado o mais jovem marchand do Brasil, realizando exposições de artistas brasileiros pelo mundo. De lá pra cá, ele produziu audiovisual como roteirista e diretor, criou peças importantes na dramaturgia teatral, escreveu livros de arte e assinou crônicas para veículos de grande engajamento. No mundo empresarial se destacou como produtor de conteúdos culturais, dirigiu concertos musicais importantes, fundou e dirigiu uma Televisão Continental e decidiu se aventurar no mundo do entretenimento noturno. Alexei associou-se à atriz Clara Choveaux e montaram o famoso night club “Antonieta”, na Praça do Lido, em Copacabana. Em seguida abriram uma filial no Marais, em Paris.

Em 2011 assumiu a Presidência de uma Instituição de Cultura e, com ela, realizou Fóruns Internacionais de Criatividade, ao lado da Coreógrafa Regina Miranda e o Projeto Porto de Memórias, com espetáculos históricos, para a revitalização do Porto do Rio, alguns escritos e dirigidos por ele, que reuniram mais de 1.000 profissionais das artes dramáticas e cênicas. Em 2018 mudou-se para a cidade do Porto, em Portugal, onde vive e, em menos de 5 anos, já atua como Embaixador dos Festivais de Dança e Teatro Ibérico, do FESTin, maior Festival de Cinema da língua portuguesa, criou um Hub de artistas, organiza exposições internacionais e realiza a curadoria de coleções importantes e projetos de equipamentos culturais relevantes em Portugal Continental e na Ilha da Madeira, onde vai inaugurar a Galeria Lourdes em outubro desse ano. Acaba de inaugurar uma casa de cultura que reúne gastronomia e Arte, na baixa do Porto. Sua força e criatividade parecem não se esgotar. Entrevista, lição de vida com Alexei:

Alexei Waichenberg

Alexei, com quase 40 anos de trabalho e tendo atuado em múltiplas atividades, a gente fica curioso em saber como você se preparou para tantos desafios? - Olha, eu tive a sorte de ter tido uma formação excelente. Meu avô, que era um fiscal de renda, me incentivou a ler de tudo. Minha avó me pedia para escrever crônicas divertidas para ela. Eu devorava dois livros por dia. De psicanálise à música erudita, de história da arte à formação das civilizações. De Shakespeare ao Bauman, do Machado ao Jabor. Filosofia, sociologia, poesia, arte, história e cultura, tudo estava nas prateleiras. Eu não acredito muito na formação acadêmica, pelo menos na que tínhamos disponível no Brasil. No entanto, me graduei em economia e jornalismo. Acho que a melhor resposta para sua pergunta é que a vida nos vai preparando, desde que você tenha uma curiosidade permanente para aprender o tempo todo. Fora isso tem os grandes mestres com quem tive a sorte de trabalhar ao longo da vida e os inúmeros artistas que povoaram a minha sala desde que me entendo por gente. Antes de apurar mais detalhes dessa trajetória, uma curiosidade: Como você se classificaria? Que melhor expressão o definiria? - Pessoalmente eu te diria que a vida me fez um cronista do amor - um eterno apaixonado. Profissionalmente eu sou feroz, gosto dos desafios e da arte essencial a serviço do prazer e é claro, um pouco de grana para tornar tudo isso possível. O sangue judeu ajuda. Com tantos desafios, tantas vitórias, não é possível que você não tenha enfrentado adversidades. Você é daqueles que nunca menciona as dificuldades? - Claro que não. Eu acredito que o meu maior aprendizado sempre esteve nas situações de menos êxito. Mas eu posso te dizer que no começo eu tive muita sorte, o que claramente me tirou da pista. O sucesso logo no começo da carreira te enche de coragem e te torna mesmo destemido. Isso ajudou muito. Eu comecei criando camisetas com estampas de bichos e flores tropicais, no intuito de vendê-las na praia. Eu comprava malha barata na Tijuca, estampava em Vicente de Carvalho e bordava em São João de Meriti. Naquele momento eu tinha uns amigos que desenhavam e criamos juntos essa onda das camisetas que hoje se encontra em qualquer lugar de turismo. Tucanos, hibiscos, abacaxis, enfim... em uma semana de vendas resolvi visitar as joalherias e os grandes hotéis, com o meu pequeno estoque. Para você ter uma idéia, quando visitei o antigo Hotel Meridien, tirei um primeiro pedido de 5.000 camisetas de cada tamanho. Depois vieram o Mediteranéede Angra, H. Stern e por aí vai. Nessa rede de influências apareceu a oportunidade de empresariar os “Menudos” no Rio. Quem se lembra sabe da febre que foi o grupo ao redor do mundo. Montei uma loja que cadastrava as fãs alucinadas e dominamos a cidade. Eu estava prestando economia numa faculdade de playboys em Ipanema e queria me jogar no jornalismo. Sabia que meu texto era bom e resolvi prestar concurso público para a TVE e Rádio MEC. Mantive os dois negócios e passei em primeiro lugar. Decidi pela Rádio MEC para aproveitar os conhecimentos de música erudita. Entrei como assistente de produção e ali conheci as primeiras mestras. Diana Damasceno, Gulnara Bocchino e Virgínia Portas foram uma escola e tanto. Colocamos juntos a MEC FM no ar e em dois anos eu já era autor-roteirista da casa. Como roteirista sobrava tempo e eu decidi montar um escritório de arte. Morava num apartamento de 20 metros quadrados no Leblon, em cima do Bobs. E comecei a fazer exposições coletivas de artistas de renome. Carlos Scliar o grande pintor brasileiro, foi outro desses mestres. Me ensinou que cada exposição deveria ter um conceito, um elo que justificasse a mostra, ao invés simplesmente de pendurar um quadro ao lado do outro. Logo veio a oportunidade de expor em Paris. Comecei a ganhar dinheiro grande, me mudei para uma cobertura na Barra. Montei então uma galeria de arte. Depois de 12 anos na Rádio e diversos programas autorais, tomei a decisão de abandonar o serviço público e, em paralelo às atividades de Marchand, montar uma produtora de audiovisual. É nesse momento que aparece o trabalho com atores e com a Televisão? - Sim, mas no começo tudo estava ligado à minha facilidade com os roteiros educacionais. Na produtora pegamos um cliente forte. Ganhamos uma licitação, mas o primeiro vídeo que fizemos foi uma total desgraça. Tínhamos investido muito dinheiro na produtora. Vendi meu carro, um apartamento no Recreio e não me restou nada a não ser dizer ao cliente, no dia da entrega do vídeo, que aquilo não estava nada bom e que eles não precisariam pagar até que tudo fosse refeito. Tive que desmontar todo aparato da produtora, mas entreguei o vídeo que acreditava funcionar para o cliente. Assumi a direção e, sempre procurando entender o universo de cada ator, pude pôr em prática os 8 anos de teatro e canto lírico que fiz por hobbie nos tempos de colégio. Conquistamos aquele cliente e para ele trabalhamos por 12 anos seguidos. Foram mais de 100 títulos de vídeos educacionais e de treinamento. A grana voltou – Ufa! Na época meu sócio era um músico que fazia toda a parte de trilhas e edições finais de montagem. Um sucesso. Mas, a empresa passou por uma auditoria do Tribunal de Contas e nós, como éramos um dos principais fornecedores, fomos colocados na geladeira até provarem que nunca tínhamos participado de nenhum tipo de desvio de verbas etc. O Brasil tem dessas coisas. Por falar em Brasil e outros mercados, como correram as experiências internacionais? Todos nós sabemos que você é um cidadão do mundo - A primeira foi a tal exposição em Paris, na Galeria Brasil Interart. Essa correu muito bem. Anos mais tarde, fui convidado a integrar a Delegação da UNESCO para o Ano do Brasil na França. O francês me ajudava. Na casa dos meus avós se falava francês no dia-a-dia. Quando cheguei ao Carreaux du Temple para verificar a exposição do Brasil me deparei com uma única representação do Estado de Pernambuco e tive três dias para buscar representatividade dos outros Estados brasileiros.

Depois dessa experiência, fui convidado a organizar e apresentar um workshop de cinema e vídeo para produtores latino americanos, em Buenos Aires. Até aí uma maravilha. Eu estava ao lado dos grandes produtores brasileiros e argentinos e aproveitamos aquele evento para criar a TV Mercosul, maior canal de televisão de cultura do Continente. Tivemos na altura apoio das Secretarias de Cultura dos dois países e ainda da Federação das Indústrias do Rio. Foram 6 meses sem casa para olhar. Buenos Aires, Assunção, Montevidéu, Santiago e todas as outras capitais da América do Sul. Colocamos o canal no ar na Argentina e, quando fomos colocar no ar no Brasil, a verba nos foi cortada para apoiar, na época, dois longa-metragens. Esse foi o maior tombo que levei. Me sentia o Roberto Marinho da cultura e de repente percebi que tinha afundado todo meu dinheiro num projeto natimorto. Voltei ao Brasil e logo fui convidado a assumir a Secretaria de Cultura de Barra do Piraí, no Vale do Paraíba Fluminense. Como foi essa passagem pela política? - Foi gratificante na medida em que, ao lado das outras Secretarias do Vale, conseguimos implantar um programa de Cultura e Turismo que colocou a Região num processo de auto-sustentabilidade. O Vale foi responsável pela ascensão e queda do Império Brasileiro. Ali está uma das grandes riquezas patrimoniais do Brasil, tanto do patrimônio material, como do imaterial. Mas, a politicagem e os desvios de verba na Prefeitura logo me afastaram daquilo tudo. Pelo menos deixamos ali um legado. Em seguida fui para Londres para me especializar em radiodifusão, paixão antiga. O mercado de artes estava já em baixa no Brasil e decidi fechar a Galeria. Já tinha enfrentado o Plano Collor sem quebrar, mas não havia mais espaço para sustentar o sonho. E essa entrada no mundo do entretenimento e das Casa Noturnas? - Pois é. Eu já não estava mais preso em coisa nenhuma. Decidi vender meu acervo de obras e passar um ano sabático em Paris. Aluguei um apartamento no Marais e fui com as roupas do corpo. Numa boite de esquina com a Rue du Temple conheci Clara Choveaux, uma atriz franco brasileira, nascida no Paraguai, que era uma das favoritas do Bertrand Bonello. Clara foi indicada à Cannes por um filme super polêmico – Tirésia. E nos apaixonamos como irmãos. Um dia encostados num balcão em frente ao George Pompidou decidimos que voltaríamos ao Brasil para montar um bistrô francês. Eu ainda mantinha uma casa enorme no Rio. Clara foi para o Brasil comigo. A grana estava acabando. Mudamos para um apartamento menos caro na Atlântica e logo na primeira semana, passeando, encontramos um espaço que antes servia de uma espécie de bordel. Não dava para montar um bistrô, mas servia bem como casa noturna. Um amigo próximo que havia morado conosco em Paris era estilista, pintor e cenógrafo. Transformamos aquele bordel em um pequeno palácio francês. Veludos, lustres de Baccarat e um bar de 30 metros levou nossas últimas economias. Estava inaugurado o CLUB Antonieta. Uma casa diferente, que não admitia jornalistas, não buscava divulgação e que recebia intervenções de todas as artes, por oito minutos a cada noite. O sucesso veio logo na primeira semana. Só admitíamos pessoas na lista, num sistema parecido com o Club 54, de Nova York. Clara encarnava a Rainha com vestidos imensos e um bambolê na cintura. Eu era o Luis XVI. As filas dobravam o quarteirão. Chegávamos à boite por volta da 1 da manhã e soavam as cornetas e subia a bandeira da monarquia francesa. Falávamos em francês todo tempo e criamos um novo tipo de entretenimento, que fez surgir todas as outras festas que até hoje embalam a cidade. Ganhamos duas capas de caderno de artes num dos principais jornais do país. Mas a noite me exauriu. Tentei, 4 anos depois, fugir de volta para Paris, mas acabei montando um Antonieta no Marais. Mais um ano e retornei ao Brasil. E qual seria a próxima aventura? - Voltando pro Rio fui convidado a assumir a presidência de um Instituto Cultural em homenagem ao Arquiteto Wilson Reis Netto. Wilson foi dos mais importantes arquitetos do Brasil. Viveu muito tempo fora do país, mas deixou um patrimônio que estava se deteriorando no Joá. Reformei a casa toda, que serviu de residência e atelier e ali montei uma galeria e um espaço de música. Mergulhei nos editais de cultura do Rio de janeiro e, ao lado de Regina Miranda, tocamos o projeto Rio Cidade Criativa 2010/2020, que, além de performances e espetáculos teatrais, organizava um Fórum Internacional anual no Museu de Arte Moderna do Rio. Ali tivemos contato com os artistas da cidade, da favela ao asfalto, das salas eruditas aos viadutos populares. Regina é dessas mestras que, quem tem a sorte de cruzar, se torna inesgotável, de estímulo criativo e vontade de realizar. Herdei dela a perseverança e o gosto pelo desafio. Fomos convidados pela Sonia Mattos, amiga querida, que havia sido minha colega de Secretaria em Valença no Vale, para desenvolver um projeto teatral imenso, a céu aberto, para a revitalização da região Portuária do Rio. E fizemos o impossível com poucos recursos e uma equipe de mais de 1.000 pessoas, nos 10 espetáculos com abordagens históricas diferentes que produzimos. Os primeiros eram escritos pelo grande Geraldinho Carneiro. No segundo ano de projeto eu assumi a dramaturgia e a direção. Nunca imaginei tamanho sucesso como dramaturgo e diretor. O espetáculo Rádio Nacional recebeu em dois dias mais de 5.000 pessoas na plateia. O Prefeito na altura comentou que estávamos fazendo Broadway no Rio de Janeiro. O Projeto ocupou entradas ao vivo de telejornais do Brasil. Fizemos na raça. E o que te levou a morar em Portugal depois de tanto sucesso no Teatro? - Mais uma vez a política pública do Brasil desmantelou a cultura. Eu ainda tentei fazer cinema, colaborei com roteiro para biografar o Jorge Guinle, assumi a produção executiva e a 1ª. Assistência de direção do documentário. Trabalhamos duro para cumprir um edital, mas uma avalanche de vaidades me fez jogar tudo pro alto. Como te disse eu sou feroz e diligente ao trabalhar, mas não faço nada sem prazer. Decidi então que era hora de arrumar novamente as malas e cruzar o oceano. O destino era Paris, como sempre. Aquela velha Vila é sempre acolhedora e mágica. Na altura o atual Presidente da República era só um candidato, mas com a experiência que tenho, sabia que ele venceria. Dessa vez resolvi vender tudo que tinha. De alguma forma eu sabia que não voltaria. Vendi as obras de arte, as antiguidades, os móveis e embarquei com uma mala de 23 kg. Minha prima vivia no Porto e me pediu que fizesse um pit stop de 15 dias na cidade. Ela me conhece bem, sabia que o Porto ia me conquistar definitivamente. Pulei de airbnb em airbnb até que encontrei uma casinha no Beco na Foz Velha do Rio Douro. Logo no primeiro ano fui convidado pelo Diretor do Teatro Rivoli a integrar a comissão de Embaixadores da Dança e do Teatro e conheci o Vice-Presidente do Instituto Pernambuco-Porto o Engenheiro Aurélio Tavares que, naquela altura, estava prestes a inaugurar, mas que ainda aguardava autorizações da Câmara do Porto. Criei um projeto de curadoria para a casa. Em paralelo montei um Hub de cultura numa casa antiga de frente para o Atlântico, na Foz. Instalei ali uma Galeria de Arte brasileira e a sede social do IAMA – Instituto Amigos da Amazônia. Aí veio a pandemia. Mesmo com a pandemia, você não parou de trabalhar. Idealizou uma exposição internacional, que inaugura em janeiro de 2023, idealizou como curador uma Galeria de Arte na Madeira e ainda inaugurou uma casa de cultura na Baixa do Porto, que mistura, artes plásticas, música, beleza, felicidade e gastronomia. Posso te chamar de vendedor de sonhos? - Eu sou um bom vendedor do sonho dos outros. Eu costumo dizer que não vendo nada, faço com que as pessoas queiram comprar, desperto nelas o gosto pela vida e pela arte, pelo prazer e pela beleza. A exposição “OscarNiemeyer, 115 anos da curva infinita” já está na incubadora há quase 2 anos. O nosso maior gênio da arquitetura completaria em 2022, 115 anos. Com apenas uma obra edificada em Portugal, na Ilha da Madeira, vamos fazer uma merecida homenagem com uma abordagem da vida e da obra de Niemeyer. O cenário não pode ser mais perfeito. O próprio Hotel Casino, projeto do arquiteto. Conseguimos o apoio da Direção Regional do Governo Autônomo da Madeira e em janeiro abrimos a exposição. Já a Galeria Lourdes é um legado de curadoria. O amigo Aurélio Tavares é proprietário de uma Quinta em Câmara de Lobos, na Madeira, e um apaixonado por arte brasileira. Ele vem colecionando obras dos nossos Modernistas, com a minha orientação. No ano em que comemoramos 100 anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo, a mostra vai contar ainda com o lançamento de um livro de minha autoria sobre a coleção da Galeria Lourdes. A obra, da qual muito me orgulho, sai do forno ainda esse mês com ensaio crítico da Professora Dra. Ana Pimenta Hoffman e prefácio do Professor Catedrático, jubilado pela Universidade do Porto, Jorge Olímpio Bento, de quem me orgulho ser amigo pessoal. São tantas conquistas em tão pouco tempo, que fazem inveja à uma longa carreira que no Brasil não mereceu tanto reconhecimento.

Já o 5b Gastronomia e Arte, é o velho sonho do bistrô francês. Ele reúne B de Buffet, B de Boisson, B de Beauté, B de Bonheur e B de Beaux-Arts. Temos ali um espaço de convívio e cultura, com uma Galeria de Arte para dar espaço aos jovens e aos consagrados talentos, além de uma Sala de Concertos que leva o nome daquela que considero a maior das intérpretes da música brasileira: Nana Caymmi. Mas isso é a realização de um sonho: Juntar todas as artes ao prazer que sempre tive de receber e de compartilhar afeto e o gosto bom que tem a arte da nossa gente.

Um Modernista na Vanguarda? Só posso agradecer pelo título generoso da matéria, que me coloca como alguém que sempre lutou pelo não conformismo, pela exaltação do que é belo e pelo reconhecimento da diversidade, de todos os credos e todas as expressões. O que busco hoje é fazer da diáspora portuguesa um belo retorno e apresentar o que o nosso Brasil imenso foi capaz de produzir em pouco mais de 500 anos de história. E olha que já já fazemos 200 anos de independência e coragem. Termino a dizer que esta luta não cessa. É por um Brasil digno e que merce respeito. O que você poderia sugerir às novas gerações? Alguma receita de sucesso? - No amor e na trajetória profissional, não existe receita. O sucesso está ligado à satisfação pessoal, que não pode prescindir do coletivo. Mas posso dar uma dica. Leiam. Leiam livros, leiam almas e leiam os corações do outro. Observem, se vistam de empatia, prestem atenção. A vida é uma chamada urgente. Se você estiver ausente, de nada terá valido estar por aqui. Relendo essa entrevista, antes de estar convicto de qualquer situação que a vida me impôs, eu posso dizer seguramente: eu nunca quis o sucesso, sempre quis dividir meus êxitos, sempre quis um amor. E tive e tenho tantos, mas há ainda tantos a percorrer. Vou correr atrás ! OLHO: Eu costumo dizer que não vendo nada, faço com que as pessoas queiram comprar, desperto nelas o gosto pela vida e pela arte, pelo prazer e pela beleza.


Alexei Waichenberg: Um modernista na vanguarda

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Fotos: VINÍCIUS MOCHIZUKI

Direção de moda: ALÊ DUPRAT

Produção de moda: KADÚ NUNNES

Direção de estúdio: RODRIGO RODRIGUES

Ass de imprensa: Equipe D Comunicação

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